Protesto de estudantes marca defesa de doutorado de Witzel
Restrição do público à banca irritou alunos da UFF que promoviam ato contra a política de segurança do governo
A banca de qualificação de doutorado do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), foi fechada ontem ao público e provocou tumulto entre estudantes, seguranças e policiais militares. O governador estuda em seu doutorado o tema “Judicialização da política” no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. As bancas costumam ser abertas.
Para tentar evitar possíveis manifestações, o exame foi transferido sem aviso para outro prédio – a sede do curso de Administração, distante cerca de 1,3 quilômetro. Na noite de anteontem, Witzel já havia sido alvo de protesto em Niterói por causa de sua política de segurança pública – nos últimos dias, confrontos entre policiais e criminosos provocaram mortes de civis por balas perdidas.
No prédio do curso de Administração da UFF um andar inteiro do prédio foi interditado para que o governador pudesse discorrer sobre “a dimensão política da jurisdição”. Alunos que tentaram chegar ao andar foram barrados.
Houve bate-boca e a Polícia Militar foi acionada. O tumulto envolveu um grupo de cerca de 50 estudantes, 15 policiais militares e seguranças.
Ontem, os estudantes tentaram repetir o protesto. Eles levaram faixas que chamavam o governador de “assassino” e cartazes com rostos de crianças mortas. Ao deixar o prédio cercado por seguranças, o governador ouviu gritos de “pare de matar estudantes”, “fascista” e “genocida”.
‘Limites’. Por meio de sua assessoria, o governador disse que “respeita qualquer manifestação, desde que ocorra dentro dos limites legais e da democracia”. Em nota, a UFF afirmou que o esquema de segurança foi organizado pela equipe do governador do Estado.
A Polícia Militar disse que tem o “dever constitucional de garantir a segurança e a integridade física tanto do governador do Estado como das demais autoridades constituídas democraticamente”. Segundo a PM, a presença dos agentes no câmpus foi pedida pela própria universidade.
O Estado questionou Witzel sobre como foi a qualificação, mas não teve resposta.