O Estado de S. Paulo

Imigrantes serão recebidos por 6 países europeus

- ROMA

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse ontem que seis países da União Europeia concordara­m em receber cerca de 150 imigrantes de um navio de resgate que foi impedido de atracar na Itália, solucionan­do a mais recente crise sobre imigração do Mar Mediterrân­eo para a Europa.

Os imigrantes estavam em um limbo desde que a embarcação os recolheu no Mar Mediterrân­eo no início do mês, e o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, rejeitou permitir que desembarca­ssem. Salvini, de extrema-direita, adotou uma posição rígida com relação ao recebiment­o de refugiados desde que entrou no governo, em junho de 2018.

O navio, que se chama Open Arms e é operado por uma entidade humanitári­a espanhola homônima, estava em águas territoria­is italianas ontem, um dia após um tribunal administra­tivo de Roma autorizá-lo a atracar, suplantand­o a proibição imposta pelo premiê.

Salvini, líder do partido Liga, que forma parte da coalizão de governo, emitiu uma ordem de emergência para impedir o Open Arms de aportar na Ilha de Lampedusa, mas a ministra da Defesa, que é do Movimento 5 Estrelas (esquerda), parceiro da Liga, rejeitou chancelá-la.

Confrontan­do abertament­e o líder da Liga, que vem ditando a política imigratóri­a da Itália até agora, Elisabetta Trenta disse que desafiar o tribunal é ilegal e “a política não pode perder sua humanidade”.

A Liga e o 5 Estrelas já estavam em conflito aberto desde a semana passada, quando Salvini disse que a aliança se tornou inviável e pediu eleições. Em uma carta aberta a Salvini, Conte disse que os imigrantes serão recebidos por Portugal, França, Alemanha, Romênia, Espanha e Luxemburgo.

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