O Estado de S. Paulo

Federação teme aumento de acidentes

- / B.R.

A Federação Nacional dos Policiais Rodoviário­s Federais (Fenaprf) teme que a decisão resulte em mais mortes no trânsito. Em nota, a entidade expressou “preocupaçã­o com a real possibilid­ade de aumento da violência no trânsito”, uma vez que os radares são usados, segundo as normas da própria PRF, em locais em que as estatístic­as mostram aumento nos acidentes. “As maiores nações do mundo utilizam o controle de velocidade com equipament­os de radar, e diversos estudos demonstram a eficácia do controle de velocidade na redução da mortalidad­e nas estradas e rodovias”, ressaltou a entidade.

O diretor de comunicaçã­o da Fenaprf, Raphael Casotti, disse que relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2008 já apontava necessidad­e de 18 mil policiais rodoviário­s no Brasil. “Estamos hoje com pouco menos de 10 mil. Os equipament­os serviam para cobrir o déficit de agentes”, afirma, para rebater o suposto “caráter arrecadató­rio” do uso dos radares.

Quando a PRF nota aumento de mortes em algum ponto, tenta aumentar a fiscalizaç­ão no trecho, segundo Casotti. Ele destacou ainda que há normas para usar os radares móveis: são instalados ao lado das viaturas, estacionad­as de forma ostensiva, visíveis para todos os motoristas, uma vez que o objetivo maior é que o condutor reduza a velocidade.

Riscos. No texto divulgado ontem, a associação diz ainda que “a imediata e completa suspensão dos equipament­os de controle de velocidade, sem quaisquer estudos de impacto prévio, pode contribuir para um aumento significat­ivo no número de acidentes decorrente­s do abuso da velocidade, levando ao aumento no número de mortos e feridos”. Segundo estudos no Brasil e no exterior, o excesso de velocidade é um dos maiores causadores de acidentes graves de trânsito.

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