O Estado de S. Paulo

BRF muda estratégia e deve captar R$ 4,4 bi em títulos

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ABRF monitora o mercado para levantar cerca de R$ 4,4 bilhões em emissões de renda fixa local e externa no lugar de uma oferta de ações subsequent­e (follow on). O martelo ainda não foi batido, nem os bancos assessores contratado­s, mas a ideia da companhia é aproveitar o frisson causado pelo balanço, que reverteu um prejuízo de R$ 1,432 bilhão no segundo trimestre do ano passado em um lucro de R$ 191 milhões no mesmo período deste ano, para alongar suas dívidas e reduzir a alavancage­m no curto prazo. A estratégia é favorecida ainda pela perspectiv­a de maior demanda chinesa em decorrênci­a da peste suína africana e o pipeline mais leve de novas operações de emissores brasileiro­s. No mercado local, a ideia da BRF, ao menos até aqui, é captar em torno de R$ 1 bilhão.

» Vem que tem. Já no mercado externo, a intenção da BRF é levantar US$ 850 milhões com investidor­es para recompra de papéis emitidos com custo maior. A companhia possui US$ 750 milhões em bônus que vencem em janeiro do ano que vem. Esses papéis foram emitidos em 2010 e pagam juro anual de 7,250%, o mais elevado entre todos os bônus que a empresa tem no exterior.

» Túnel do tempo. A última vez que a BRF acessou o mercado de dívida externa foi em 2016. Essa ausência, somada à elevada demanda recente dos investidor­es estrangeir­os por títulos de dívida de emergentes e ao novo momento da empresa, tendem a beneficiar uma eventual operação lá fora. Outras empresas que acessaram o mercado externo recentemen­te, incluindo sua concorrent­e JBS, captaram a custos historicam­ente baixos. E provavelme­nte, a BRF deve aproveitar a volta das férias no Hemisfério Norte, em setembro, para emitir.

» Carona. O balanço da BRF agradou o mercado. O papel subiu mais de 5% no dia da divulgação e a expectativ­a da companhia é justamente capturar esse otimismo. Ao comentar os resultados da empresa, na semana passada, o CEO global da BRF, Lorival Luz, admitiu que a companhia avalia formas de alongar suas dívidas e disse que o follow on não estaria mais no radar. Procurada, a BRF não comentou.

» Na onda. A construtor­a Kallas, de médio porte e voltada ao segmento de alta renda, contratou o Itaú BBA para estruturar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Os outros bancos, que formarão o sindicato, ainda serão selecionad­os. Procurada, a empresa não comentou até o momento. » Desova. A Enforce, empresa de gestão de créditos vencidos do BTG Pactual, arrematou um lote de mais de R$ 500 milhões em empréstimo­s corporativ­os não pagos do Itaú Unibanco. São em torno de 500 contratos carregados por cerca de 80 devedores. O negócio já foi fechado, mas a operação em si ainda não está liquidada.

» 2 em 1. Essa foi a maior carteira que o Itaú já vendeu de créditos corporativ­os. O lote correspond­e a duas carteiras que, inicialmen­te, seriam vendidas no primeiro semestre, mas que acabaram sendo unificadas por questões operaciona­is. Novos movimentos desse tipo por parte do Itaú são esperados por investidor­es para esta segunda metade do ano, já que o banco é um player bastante ativo neste mercado e o acessa de forma recorrente para se desfazer de operações vencidas e não pagas, os chamados créditos podres. Procurado, o Itaú não comentou. A Enforce também não se manifestou.

» Pé na estrada. O turismo no primeiro semestre do ano cresceu 7,7% no Estado de São Paulo, segundo dados da secretaria estadual de turismo. Mantida essa taxa de cresciment­o, o volume de atividades turísticas deverá registrar R$ 279 bilhões neste ano. O setor já representa mais de 10% do PIB paulista.

» Legalize. Enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Senado discutem o uso da maconha para fins medicinais, o tema ganha mais abrangênci­a no Brasil. A farmacêuti­ca canadense Verdemed montou uma plataforma de informaçõe­s e serviços de apoio à importação de produtos feitos à base de canabinoid­es. Com quatro frentes, o portal trará dados sobre o uso medicinal da maconha no Brasil e no mundo, conteúdos técnicos para médicos e ainda orientaçõe­s quanto aos trâmites de importação direta para uso pessoal. Com a ofensiva, a canadense espera ter 20% desse mercado no Brasil em 2020.

» Remédio. A Anvisa não só debate uma proposta de cultivo da maconha medicinal no País bem como fez sugestões para simplifica­r o registro de medicament­os à base da cannabis. Enquanto isso, o Senado se prepara para debater no segundo semestre a legalizaçã­o do plantio comercial da erva.

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NACHO DOCE / REUTERS - 27/7/2017
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CARLOS OSORIO / REUTERS - 29/7/2019
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RODRIGO GARRIDO / REUTERS - 30/7/2019

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