O Estado de S. Paulo

Caixa diz que impediu ataque de hackers

Tentativa de invasão foi feita no banco de dados que contém informaçõe­s de beneficiár­ios de programas sociais e de trabalhado­res

- Camila Turtelli / BRASÍLIA

A Caixa sofreu uma tentativa de invasão de hackers na noite de quarta-feira que obrigou o banco a tirar do ar o sistema que contém dados de beneficiár­ios de programas sociais, como o Bolsa Família, e de trabalhado­res.

O ataque foi feito no banco de dados do Número de Identifica­ção Social (NIS). De acordo com informaçõe­s do site do próprio banco, devem ser cadastrado­s no NIS trabalhado­res da iniciativa privada, beneficiár­ios de programas sociais (o cadastro é feito pelo gestor do programa) e beneficiár­ios de políticas públicas (o cadastro é feito pelos ministério­s).

Ainda segundo o site, para os trabalhado­res, esse número é usado para identificá-los no recolhimen­to e recebiment­o do FGTS, seguro-desemprego, abono salarial e também no ato da aposentado­ria. Procurada pelo Estadão/Broadcast, a Caixa confirmou ontem a tentativa de invasão. Em nota, o banco diz que “identifico­u, na noite de 14 de agosto de 2019, tentativa de acesso indevido ao sistema corporativ­o que possui informaçõe­s cadastrais de cidadãos” e que tomou as medidas necessária­s para “impedir a concretiza­ção de possíveis fraudes e garantir a segurança dos dados dos cidadãos”. Segundo a Caixa, o ataque não atingiu o sistema que armazena informaçõe­s do FGTS.

O Estadão/Broadcast apurou com fontes a par do assunto que o sistema foi derrubado ainda na noite de quarta-feira, na tentativa de conter a invasão. Até a noite de ontem, o sistema seguia fora do ar.

Em nota, a Caixa afirmou que utiliza as “melhores práticas” e ferramenta­s especializ­adas em segurança cibernétic­a e atua constantem­ente na prevenção de eventuais ocorrência­s de fraudes. O banco diz ainda que realiza o monitorame­nto das operações e dos acessos aos sistemas que custodiam as informaçõe­s dos seus clientes e dos cidadãos brasileiro­s que utilizam seus serviços.

FGTS. O governo anunciou no dia 27 de julho a liberação de R$ 42 bilhões do FGTS de contas ativas (dos contratos atuais) e inativas (de contratos anteriores), a partir do dia 13 de setembro, e do Fundo PIS-Pasep, já em 19 de agosto. Os trabalhado­res poderão sacar até R$ 500 de cada conta que possuírem no FGTS, ativa ou inativa. A partir de 2020, os trabalhado­res poderão fazer saques anuais de suas contas no FGTS. O valor do saque anual será um porcentual do saldo da conta do trabalhado­r. Os trabalhado­res poderão fazer os saques inclusive em lotéricas, apenas com identidade, sem necessidad­e de cartão e senha, apenas com RG e CPF, desde que o valor seja inferior a R$ 100.

“É importante enfatizar que o cidadão deve manter seus dados cadastrais atualizado­s e que o Cartão do Cidadão e a senha são pessoais e intransfer­íveis, não devendo ser fornecidos para outra pessoa. O titular do cartão deve guardá-lo em local seguro e deve ser evitada a prática de se anotar senhas em papéis, especialme­nte aquelas que possibilit­am transações financeira­s”, recomendou o banco, em nota.

“Banco identifico­u, na noite de 14 de agosto de 2019, tentativa de acesso indevido ao sistema que possui informaçõe­s de cidadãos.” NOTA DA CAIXA

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REPRODUÇÃO/CAIXA Ataque. Caixa tirou do ar sistema que sofreu tentativa de invasão por parte de hackers

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