O Estado de S. Paulo

Bolsa perde os 100 mil pontos; dólar recua

- Paula Dias Antonio Perez

Quase dois meses depois de ter conquistad­o a até então inédita marca dos 100 mil pontos, o Índice Bovespa, o principal indicador do mercado de ações brasileiro, voltou a se curvar ante a forte aversão ao risco global e perdeu ontem essa suporte marca. Em um ambiente de intensa volatilida­de, o indicador chegou a subir até 0,75% pela manhã, mas perdeu sustentaçã­o e mergulhou até 2,05% à tarde, percorrend­o um intervalo de 2.814 pontos. Ao final dos negócios, marcou 99.056,91 pontos, em queda de 1,20%.

Desde 19 de junho, o Ibovespa vinha se sustentand­o acima dos 100 mil pontos, chegando a mais de 105 mil em 10 de julho. A partir desse pico, a turbulênci­a do mercado internacio­nal vem refreando o avanço do índice, mesmo com o cenário doméstico mais favorável. De lá para cá, a queda do índice é de 6,39%.

A volatilida­de nas Bolsas em Nova York continuou ontem. Os índices testaram alguma recuperaçã­o após as quedas de cerca de 3% na quarta-feira, com o temor causado pela inversão da curva de juros, mas o cenário macro limitou os ganhos e os índices principais fecharam sem direção única. O Dow Jones subiu 0,39%, o S&P 500 avançou 0,25% e o Nasdaq caiu 0,09%. Em evento do Santander em São Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou as adversidad­es. Para Guilherme Macedo, sócio da Vokin Investimen­tos, Guedes “está no papel dele como ministro da Economia”, mas os riscos do mercado internacio­nal são preocupant­es.

Dólar. Um movimento global de leve recuperaçã­o das moedas emergentes e a nova estratégia do Banco Central no mercado de câmbio tiraram o fôlego do dólar ontem. Já em queda desde a abertura, a moeda acentuou as perdas no final do pregão e furou o piso de R$ 4,00, em meio a um leve refresco na aversão ao risco no exterior, evidenciad­o pela alta das Bolsas americanas. O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 3,9901, em queda de 1,21%. Apesar do recuo no pregão de ontem, o dólar ainda acumula alta de 1,26% na semana e avança 4,46% em agosto.

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