Bolsa perde os 100 mil pontos; dólar recua
Quase dois meses depois de ter conquistado a até então inédita marca dos 100 mil pontos, o Índice Bovespa, o principal indicador do mercado de ações brasileiro, voltou a se curvar ante a forte aversão ao risco global e perdeu ontem essa suporte marca. Em um ambiente de intensa volatilidade, o indicador chegou a subir até 0,75% pela manhã, mas perdeu sustentação e mergulhou até 2,05% à tarde, percorrendo um intervalo de 2.814 pontos. Ao final dos negócios, marcou 99.056,91 pontos, em queda de 1,20%.
Desde 19 de junho, o Ibovespa vinha se sustentando acima dos 100 mil pontos, chegando a mais de 105 mil em 10 de julho. A partir desse pico, a turbulência do mercado internacional vem refreando o avanço do índice, mesmo com o cenário doméstico mais favorável. De lá para cá, a queda do índice é de 6,39%.
A volatilidade nas Bolsas em Nova York continuou ontem. Os índices testaram alguma recuperação após as quedas de cerca de 3% na quarta-feira, com o temor causado pela inversão da curva de juros, mas o cenário macro limitou os ganhos e os índices principais fecharam sem direção única. O Dow Jones subiu 0,39%, o S&P 500 avançou 0,25% e o Nasdaq caiu 0,09%. Em evento do Santander em São Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou as adversidades. Para Guilherme Macedo, sócio da Vokin Investimentos, Guedes “está no papel dele como ministro da Economia”, mas os riscos do mercado internacional são preocupantes.
Dólar. Um movimento global de leve recuperação das moedas emergentes e a nova estratégia do Banco Central no mercado de câmbio tiraram o fôlego do dólar ontem. Já em queda desde a abertura, a moeda acentuou as perdas no final do pregão e furou o piso de R$ 4,00, em meio a um leve refresco na aversão ao risco no exterior, evidenciado pela alta das Bolsas americanas. O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 3,9901, em queda de 1,21%. Apesar do recuo no pregão de ontem, o dólar ainda acumula alta de 1,26% na semana e avança 4,46% em agosto.