O Estado de S. Paulo

Petrobrás deve receber hoje ofertas pela Liquigás

- Mônica Scaramuzzo

O Itaúsa, holding de investimen­tos do Itaú Unibanco, e o fundo Mubadala devem apresentar hoje propostas firmes para a compra da Liquigás, divisão de gás de cozinha que pertence à Petrobrás, apurou o Estado. O Itaúsa terá em seu consórcio a empresa Copagaz e o Mubadala terá em seu grupo empresas regionais do País, segundo fontes ouvidas pela reportagem.

Esta é a segunda tentativa da Petrobrás de se desfazer da Liquigás. Em 2016, a estatal chegou a vender a companhia para o grupo Ultra, dono da Ultragaz, por R$ 2,8 bilhões, mas o Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade) barrou a compra alegando concentraç­ão de mercado.

Para evitar problemas com o Cade, grupos econômicos e financeiro­s estão se unindo com empresas que atuam no setor para comprar a empresa de botijão. O Itaúsa, que tem entre seus investimen­tos a Alpargatas (dona da Havaianas) e é acionista do gasoduto NTS, que pertencia à Petrobrás, quer expandir sua atuação no setor de gás. A holding do Itaú Unibanco estava entre as interessad­as no gasoduto da TAG, que acabou sendo comprado pela francesa Engie por US$ 8,6 bilhões. A empresa Copagaz, quarta maior neste setor, mas com fatia menor de 10%, está neste consórcio ao lado da Itaúsa, que também pretende atrair o grupo Edson Queiroz para o negócio.

O fundo Mubadala é outro interessad­o, segundo fontes. Mas como não atua neste setor está em conversas com a Consigaz para fazer parte do consórcio.

A Petrobrás pode levantar entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões com a venda do negócio. O Santander está assessoran­do a estatal nessa venda.

No páreo futuro. O grupo Ultra não poderá fazer proposta direta pelo negócio. No entanto, poderá entrar no grupo que sair vencedor comprando partes da empresa que não tenham concentraç­ão com a Ultragaz.

Procurados, Itaúsa e Petrobrás não comentaram. O grupo Ultra e Copagaz não quiseram se pronunciar sobre o assunto. Mubadala não retornou os pedidos de entrevista.

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