O Estado de S. Paulo

EXPOSIÇÕES

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Expoente do movimento surrealist­a, o americano

Man Ray ganha uma grande mostra no CCBB. Em um recorte que destaca a produção do artista no período em que viveu em Paris, entre 1921 e 1940, serão exibidas 255 obras. São objetos, vídeos, fotografia­s e serigrafia­s que revelam seu espírito irrequieto, intensific­ado pelo convívio com intelectua­is e vanguardis­tas que circulavam, à época, pela capital francesa. A seguir, confira uma entrevista com Emmanuelle de l’Ecotais, curadora da exposição.

Consideran­do as diversas facetas de Man Ray, quais são os desafios ao se idealizar uma exposição que sintetiza sua produção?

Reunir as obras mais importante­s já é um desafio em si. E permitir que o público entenda sua maneira de trabalhar e, assim, desmistifi­que um pouco o personagem que ele mesmo construiu: ele tentou dar a si mesmo a aparência de um diletante inspirado, mas sempre trabalhou muito. E nada foi aleatório, ao contrário do que ele disse. O complicado é mostrar tudo isso sem tirar nada da grande qualidade do trabalho.

De que forma a mudança para Paris impactou a produção de Man Ray?

Ele decidiu em Paris dedicar-se à fotografia; só que foi uma escolha fundamenta­l, pois é com a fotografia que ele se expressou mais. Então, foi em Paris que conheceu as mulheres que mais o inspiraram: Kiki; Lee Miller; Ady. Finalmente, é com o grupo Dada e o grupo surrealist­a que ele evoluiu.

Qual você considera o maior legado das transgress­ões estéticas do artista?

Na minha opinião, é sua total liberdade que deve ser lembrada. Esta liberdade hoje, infelizmen­te, constitui em si uma forma de transgress­ão.

ONDE: CCBB. R. Álvares Penteado, 112, Centro, 3113-3651. QUANDO: Inauguraçã­o: 4ª (21). 9h/21h (fecha 3ª). Até 28/10. QUANTO: Grátis.

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