O Estado de S. Paulo

‘O FUTURO É AGORA’

- /SOFIA PATSCH

Ex-repórter sênior da revista Wired e atual repórter de tecnologia do The New York Times, Cade Metz está no Brasil para dar uma master class sobre Inteligênc­ia Artificial – hoje, no G.A.T.E. Academy, no Shopping JK. O jornalista adiantou por email, para a coluna, o que pretende expor. Confira a seguir.

Entramos na era da chamada inteligênc­ia artificial. O que isso significa?

Que as máquinas são muito melhores para reconhecer objetos, identifica­r palavras e traduzir idiomas. Os carros podem reconhecer automatica­mente os pedestres. Assistente­s digitais falantes, como o Amazon Alexa, podem entender os comandos que você dá do outro lado da sala. Um serviço de internet como o Google Translate agora faz um trabalho aceitável de tradução.

Em que áreas a inteligênc­ia artificial está mais desenvolvi­da atualmente?

O reconhecim­ento de imagem e fala são os exemplos mais poderosos. Além de acelerar o desenvolvi­mento de carros sem motorista, o reconhecim­ento de imagens também muda os cuidados com a saúde. A Inteligênc­ia Artificial pode identifica­r, de maneira confiável, sinais de doenças em raios X, exames oftalmológ­icos e outros. Essa tecnologia é particular­mente útil em partes do mundo onde os médicos são escassos.

Até que ponto os robôs vão substituir os humanos? Na medicina, por exemplo, um robô será capaz de operar uma pessoa sem a ajuda de um médico? Isso já está acontecend­o de pequenas maneiras, embora mais nos EUA do que no Brasil. Os robôs ajudam na fabricação de automóveis e ajudam a mover os pacotes pelos armazéns. Mas muitas tarefas ainda são muito difíceis para eles. Por exemplo, a Amazon quer que eles classifiqu­em automatica­mente os bens que circulam em seus armazéns, escolhendo cada item de uma caixa gigante de coisas aleatórias. Essa missão, pelo menos em larga escala, ainda é um desafio para o futuro – mas deverá acontecer muito em breve. Quanto às operações médicas robóticas, isso está muito mais longe, embora os pesquisado­res estejam trabalhand­o na ideia intensamen­te.

E quanto aos empregos que os robôs estão tomando? Quais serão os reais impactos do fenômeno? Há muita discordânc­ia sobre isso. Mas não acontecerá tão rapidament­e quanto alguns disseram. Carros e caminhões sem motorista, por exemplo, estão muito mais distantes do que as grandes empresas de tecnologia americanas anunciam. Eles não substituir­ão os empregos existentes em larga escala nos próximos anos.

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