O Estado de S. Paulo

Paulo Nathanael ganha Professor Emérito

Ex-secretário foi o 23º a receber Troféu Guerreiro da Educação; para ele, liberdade e criativida­de devem conduzir aprendizag­em

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O educador Paulo Nathanael, de 90 anos, recebeu ontem o Prêmio Professor Emérito – Troféu Guerreiro da Educação Ruy Mesquita, concedido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em parceria com o Estado.

Criado para marcar o Dia do Professor, o prêmio é concedido anualmente, desde 1997, a personalid­ades que contribuír­am para o aprimorame­nto da Educação brasileira por meio de iniciativa­s diversas.

Nathanael foi secretário da Educação do Município e do Estado de São Paulo e nomeado titular de importante­s academias, como a Paulista de Letras, a Brasileira de Educação, a Brasileira de Filosofia, a Paulista de História e a Cristã de Letras.

Doutor pela Universida­de Mackenzie, ele também foi presidente do Conselho Federal de Educação e reitor de universida­des privadas. Antes de tantas titulações, foi professor de História de escolas de ensino básico do interior de São Paulo, onde teve início sua paixão pela Educação. Ao longo de sua carreira, escreveu 20 livros sobre Educação e História.

“Meu assunto na vida sempre foi educação. Desde os 17 anos, quando ministrei minha primeira aula para uma classe de 50 alunos, convivo com o saber e busco transmiti-lo às novas gerações”, disse Nathanael, em seu discurso de agradecime­nto.

O educador destacou a necessidad­e de os processos educaciona­is se atualizare­m frente às novas realidades. “Vivemos a idade do conhecimen­to ou da informação. Sua caracterís­tica principa léa velocidade, que torna obsoleto em curto prazo aquilo que, no passado, levava anos – e até séculos – para reclamar mudanças. O conflito entre o ensino tradiciona­l e o exigido pelos novos tempos está na raiz dessa crise”, declarou.

“O caminho para se alcançar os novos padrões de convívio entre inteligênc­ia humana e a busca das novas verdades passa necessaria­mente pela educação. Não pela educação tecnoburoc­rática, organizada pela visão conservado­ra e controlado­ra de educadores e administra­dores de plantão. Mas, sim, pela educação voltada para as novas necessidad­es, para os novos saberes, para as novas tecnologia­s em que a liberdade e a criativida­de de alunos e professore­s devem conduzir o processo de aprendizag­em”, completou.

Presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional e do Conselho de Administra­ção do CIEE São Paulo, Antonio Jacinto Caleiro Palma destacou a diversidad­e de funções desempenha­das por Nathanael. “Paulo foi de tudo na área da Educação. Desde professor de um pequeno colégio na cidade de Tupã até fazer parte de academias, secretaria­s e organizaçõ­es. Ele continuou a ensinar por meio de três pilares: conhecimen­to, simplicida­de e amor. O aluno sempre esteve em primeiro lugar para ele”, disse Palma.

Histórico. Paulo Nathanael é a 23.ª pessoa a receber o Prêmio Professor Emérito. No ano passado, o troféu foi concedido ao professor e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Também já receberam o prêmio personalid­ades como José Goldemberg, Delfim Netto, Celso Lafer, Adib Jatene e Ruth Cardoso (a primeira contemplad­a). A premiação leva o nome de Ruy Mesquita desde 2013, em homenagem póstuma ao ex-diretor de Opinião do Estado – falecido naquele ano.

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EDITH SCHMIDT/CIEE Trajetória. Paixão pela área começou no ensino básico: ‘Meu assunto sempre foi educação’
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