Emprego tem melhor setembro desde 2013
Foram criadas 157.213 vagas com carteira assinada no período; setor que registrou o melhor resultado foi o de serviços, com 64,5 mil postos
O Brasil registrou em setembro o maior número de vagas com carteira assinada para o mês desde 2013, ou seja, o melhor setembro em seis anos. No mês passado, foram criados 157.213 empregos, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O saldo é a diferença entre as contratações e a demissões. Em setembro, o país registrou 1.341.716 contratações e 1.184.503 demissões.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2019, o País gerou 761.776 empregos formais, 6% a mais do que o mesmo período do ano passado. A divulgação dos dados não seria ontem, mas foi antecipada porque um problema técnico deixou parte dos dados temporariamente visível no sistema.
Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, o resultado de setembro indica uma aceleração na tendência de recuperação no emprego. “É um dado que tende a se repetir, com criação mais robusta de postos de trabalho”, afirmou.
O resultado do mês foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 64.533 postos formais, seguido pela indústria, que criou 42.179, o melhor resultado para o setor desde janeiro de 2018.
Segundo Vieira, isso mostra o efeito sazonal do mês de preparação de estoques para o final do ano. “Gerar saldo positivo na indústria é mais difícil do que no serviço ou no comércio, porque você precisa contratar pessoas muito mais qualificadas. Um número como esse mostra que estamos em outro patamar de atividade”, completou.
Houve abertura de vagas também no comércio (26.918 postos), na construção civil (18.331), agropecuária (4.463), extração mineral (745) e administração pública (492).
Já os serviços industriais de utilidade pública fecharam 448 vagas em setembro enquanto o comércio teve fechamento líquido de 3.007 vagas no mês. Vieira disse que espera um resultado “pelo menos igual” ao de setembro em outubro e um quarto trimestre forte, com o impulso da Black Friday e do Natal.
Para o economista da LCA Consultores, Fábio Romão, a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e a expectativas de confirmação do texto no Senado melhoraram a confiança de empresários que tinham projetos prontos para investir e contratar, o que ajudou na contratação em setembro.
Salários. Houve alta no salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada, que subiu 3% em setembro de 2019 ante o mesmo mês de 2018, para R$ 1.604,60. Na comparação com agosto, porém, houve queda de 0,74%, já descontada a inflação. O maior salário médio de admissão em setembro ocorreu na indústria extrativa mineral, com R$ 2.710,50. Já o menor salário médio de admissão foi registrado na agropecuária, com R$ 1.313,12.
Os dados do Caged mostram a criação líquida de 6.015 empregos com contrato intermitente em setembro. Houve ainda a abertura de outras 1.807 vagas pelo sistema de jornada parcial. As duas novas modalidades foram criadas pela Reforma Trabalhista.
O trabalho intermitente é aquele esporádico, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado. Já as novas modalidades de trabalho parcial, definidas pela reforma trabalhista, incluem contratações de até 26 horas semanais com restrições na hora extra ou até 30 horas por semana sem hora extra.