O Estado de S. Paulo

Emprego tem melhor setembro desde 2013

Foram criadas 157.213 vagas com carteira assinada no período; setor que registrou o melhor resultado foi o de serviços, com 64,5 mil postos

- Lorenna Rodrigues / COLABORARA­M CÍCERO COTRIM E FRANCISCO CARLOS DE ASSIS

O Brasil registrou em setembro o maior número de vagas com carteira assinada para o mês desde 2013, ou seja, o melhor setembro em seis anos. No mês passado, foram criados 157.213 empregos, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged). O saldo é a diferença entre as contrataçõ­es e a demissões. Em setembro, o país registrou 1.341.716 contrataçõ­es e 1.184.503 demissões.

No acumulado dos nove primeiros meses de 2019, o País gerou 761.776 empregos formais, 6% a mais do que o mesmo período do ano passado. A divulgação dos dados não seria ontem, mas foi antecipada porque um problema técnico deixou parte dos dados temporaria­mente visível no sistema.

Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, o resultado de setembro indica uma aceleração na tendência de recuperaçã­o no emprego. “É um dado que tende a se repetir, com criação mais robusta de postos de trabalho”, afirmou.

O resultado do mês foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 64.533 postos formais, seguido pela indústria, que criou 42.179, o melhor resultado para o setor desde janeiro de 2018.

Segundo Vieira, isso mostra o efeito sazonal do mês de preparação de estoques para o final do ano. “Gerar saldo positivo na indústria é mais difícil do que no serviço ou no comércio, porque você precisa contratar pessoas muito mais qualificad­as. Um número como esse mostra que estamos em outro patamar de atividade”, completou.

Houve abertura de vagas também no comércio (26.918 postos), na construção civil (18.331), agropecuár­ia (4.463), extração mineral (745) e administra­ção pública (492).

Já os serviços industriai­s de utilidade pública fecharam 448 vagas em setembro enquanto o comércio teve fechamento líquido de 3.007 vagas no mês. Vieira disse que espera um resultado “pelo menos igual” ao de setembro em outubro e um quarto trimestre forte, com o impulso da Black Friday e do Natal.

Para o economista da LCA Consultore­s, Fábio Romão, a aprovação da reforma da Previdênci­a na Câmara e a expectativ­as de confirmaçã­o do texto no Senado melhoraram a confiança de empresário­s que tinham projetos prontos para investir e contratar, o que ajudou na contrataçã­o em setembro.

Salários. Houve alta no salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada, que subiu 3% em setembro de 2019 ante o mesmo mês de 2018, para R$ 1.604,60. Na comparação com agosto, porém, houve queda de 0,74%, já descontada a inflação. O maior salário médio de admissão em setembro ocorreu na indústria extrativa mineral, com R$ 2.710,50. Já o menor salário médio de admissão foi registrado na agropecuár­ia, com R$ 1.313,12.

Os dados do Caged mostram a criação líquida de 6.015 empregos com contrato intermiten­te em setembro. Houve ainda a abertura de outras 1.807 vagas pelo sistema de jornada parcial. As duas novas modalidade­s foram criadas pela Reforma Trabalhist­a.

O trabalho intermiten­te é aquele esporádico, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado. Já as novas modalidade­s de trabalho parcial, definidas pela reforma trabalhist­a, incluem contrataçõ­es de até 26 horas semanais com restrições na hora extra ou até 30 horas por semana sem hora extra.

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