Aeroporto mudou protocolo para permitir vigias armados
Desde 2016 foram registrados 8 roubos e 3 tentativas em terminais, envolvendo empresas de valores
O aeroporto de Viracopos alterou seu Plano de Segurança de Transporte Aéreo de Valores (PSTAVs) em agosto para permitir que vigilantes de empresas da área pudessem ficar armados em todas as etapas (embarque e desembarque e terminais de carga). A mudança ocorreu cinco dias após a Brink’s anunciar a suspensão das operações em aeroportos que não permitissem a presença armada dos vigilantes.
A suspensão das operações foi anunciada após o roubo à empresa no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. À época, a Brink’s argumentou que “não tinha liberdade para colocar em prática a plenitude de seus procedimentos operacionais e de segurança” e, por isso, optou pela suspensão para preservar a segurança de todos os envolvidos na atividade.
Para Ruben Schechter, diretor-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores (ABTV), o resultado da ocorrência em Viracopos mostra que a mudança do procedimento de segurança estava correta. “O fato de os vigilantes estarem armados permitiu que eles agissem o suficiente para esperar a chegada da polícia, que é o objetivo buscado por eles nesse tipo de ação.”
Há anos o setor pressiona o Congresso e o governo federal para que se libere o uso de armamento mais ostensivo para quem realiza o transporte de valores. Eles tentam desarquivar um projeto de lei que libera o uso de carabina .30 com munição não transfixante e fuzil calibre 5,56 cm. “Os criminosos estavam preparados para o combate e para a fuga com um armamento pesado e de uso restrito. O que nos é permitido usar é inferior até mesmo ao que é liberado para uso civil”, reclama Schechter.
Ele ainda propõe uma forçatarefa das polícias para identificar as quadrilhas que organizam essas ações. “Precisamos de um trabalho de inteligência para desarticular os grupos.”
Um levantamento da ABTV mostra que desde 2016 foram registrados 8 roubos e 3 tentativas de roubos em aeroportos envolvendo empresas de transporte de valores. Em Viracopos, é a segunda vez que ocorre uma ação consumada – a primeira foi no ano passado.