O Estado de S. Paulo

Na Vila, Sánchez brilha e Santos bate o Ceará de virada

Uruguaio dá duas assistênci­as e time sai do sufoco no fim; equipe segue dez pontos atrás do Flamengo

- Wilson Baldini Jr.

O talento do uruguaio Carlos Sánchez, autor de duas lindas assistênci­as, corrigiu o erro tático cometido pelo técnico Jorge Sampaoli no primeiro tempo e garantiu a vitória do Santos, por 2 a 1, de virada, sobre o Ceará, ontem, na Vila Belmiro.

Com o resultado, a equipe santista chegou aos 51 pontos na terceira colocação, dois atrás do Palmeiras e dez a menos que o líder Flamengo. Os cearenses continuam com 26 pontos e seguem flertando com a zona do rebaixamen­to.

Em seu 53.º jogo no comando do Santos, Sampaoli escalou a 51.ª formação diferente. O argentino colocou o time no esquema 3-4-3. No começo da partida, deu a impressão de que a mobilidade de Sánchez, o talento de Tailson e a habilidade de Soteldo poderiam levar o time a uma vitória tranquila.

Mas o que o treinador não planejou é que o pesado trio de zagueiros formado por Luan Peres, Lucas Veríssimo e Gustavo Henrique pudesse ser superado pelo veloz ataque cearense. Aos 17, Lima recebeu pela meia esquerda e disparou um lindo chute colocado, que superou Everson.

O Santos sentiu o gol, ficou irritado e passou a sofrer críticas da pequena torcida. As jogadas passaram a não sair mais e o Ceará, ao contrário de outros adversário­s, não sofreu com o assédio do time de Sampaoli. Pior: Pedro Ken quase ampliou a vantagem dos visitantes.

Fora de controle, os santistas reclamaram, sem razão, do árbitro Rafael Traci, e Sánchez recebeu cartão amarelo, depois do apito final da primeira etapa.

O Santos retornou no 4-4-2, com Pará na lateral-direita e Luan Peres, na esquerda. No ataque, o canhoto Tailson foi para a esquerda e Soteldo ficou na direita. Mas o Ceará que criou o primeiro momento perigoso, aos quatro minutos. Felipe Baxola obrigou Everson a fazer grande defesa.

Aos seis, Sampaoli trocou Luan Peres por Jorge e o Santos se equilibrou em campo. O empate não demorou. Sasha, de cabeça, aproveitou pelo cruzamento de Carlos Sánchez e fez o primeiro do Santos, aos 11 minutos. Foi o décimo gol do atacante, artilheiro do time.

A partir daí, o jogo ficou com domínio do Santos, enquanto o Ceará, já sem a mesma força física, ameaçou apenas em raros contra-ataques.

O Santos apostou na velocidade do baixinho Soteldo, que criou jogadas não aproveitad­as pelos companheir­os de ataque. Mas quem tem Sánchez, tem um jogador diferente. Aos 38, o uruguaio olhou antes de levantar a bola na cabeça de Gustavo Henrique. Como um atacante, o zagueiro cabeceou e fez o gol da virada santista.

Eduardo Sasha ATACANTE DO SANTOS

‘Nosso primeiro tempo não foi o que planejamos. A mudança no intervalo ajudou para colocar ordem. Foi um jogo de superação, o time todo está de parabéns’

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IVAN STORTI/SANTOS FC Gol salvador. Gustavo Henrique deu a vitória ao Santos

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