O Estado de S. Paulo

Petrobrás bate recorde de produção no 3º trimestre

- Fernanda Nunes / RIO Cristian Favaro/ SÃO PAULO

Com a entrada de novas plataforma­s no pré-sal, a Petrobrás bateu novos recordes de produção diários no terceiro trimestre, deixando para trás dificuldad­es enfrentada­s nos três meses anteriores. De julho a setembro, foram extraídos 2,8 milhões de barris de óleo equivalent­e por dia (boe/d, que inclui petróleo e gás) no Brasil. No período, teve destaque o mês de agosto, quando a produção atingiu nível recorde, de 3,1 milhões de barris. Diante do desempenho, a projeção é que alcançará a meta do ano, de 2,7 milhões de barris por dia.

A maior parte do volume produzido no período saiu da região de águas ultraprofu­ndas do pré-sal, que responde por 60,4% do resultado da empresa.

“A Petrobrás está atravessan­do um momento muito positivo com relação ao seu desempenho operaciona­l. Isso é bom para o setor de óleo e gás do país porque aumenta a confiança no potencial de cresciment­o do setor”, disse Edmar Almeida, professor do Grupo de Economia da Energia (GEE) da UFRJ.

Ele destaca ainda que o “bom desempenho operaciona­l é uma dimensão fundamenta­l para a recuperaçã­o da empresa”, que entrou em crise em 2014, após o preço da commodity despencar no mercado internacio­nal e a Operação Lava Jato, que investigou escândalos de corrupção envolvendo a estatal.

Para o diretor e sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestru­tura (CBIE), Adriano Pires, nenhum outro setor tem tanta capacidade de gerar emprego e renda no Brasil como o de petróleo e gás. Para Maurício Canedo, especialis­ta da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o desempenho da Petrobrás comprova a aposta correta da empresa no pré-sal.

Além do cresciment­o no présal, Pires destacou a utilização das refinarias, que passou de 76% para 80% do segundo para o terceiro trimestre. Com isso, caíram as importaçõe­s. “Desde a administra­ção de Pedro Parente, a Petrobrás vem buscando um ponto ótimo no refino. Dessa vez, optou por ampliar a produção interna, o que deve ter contribuíd­o para reduzir os custos”, afirmou.

Ele destacou que, ante igual trimestre do ano passado, houve queda do consumo interno de combustíve­is. As vendas de gasolina, por exemplo, passaram de 387 mil barris por dia para 377 mil. Sem ter como escoar internamen­te, a Petrobrás optou por exportar petróleo e derivados. O volume vendido ao exterior subiu de 322 mil barris por dia para 583 mil, alta de 81,1% em um ano. “Falta investimen­to no refino, o que faz com que a capacidade de produção de combustíve­is seja limitada. A tendência é que o País se torne exportador de petróleo e comprador de derivados”, disse Pires.

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