O Estado de S. Paulo

Morre Alicia Alonso, lenda da dança cubana

- HAVANA

A dançarina cubana Alicia Alonso, uma lendária figura da dança clássica, morreu ontem, aos 98 anos, informou à agência Efe um representa­nte do Ballet Nacional de Cuba (BNC). Alonso, que apesar de sua idade avançada permaneceu ativa à frente do prestigiad­o BNC, foi internada por complicaçõ­es de saúde no Centro de Pesquisa Médica Cirúrgica (CIMEQ) de Havana, onde morreu por volta do meio-dia (no horário local). A causa da morte foi uma doença cardiovasc­ular, segundo a Agência de Notícias Cubana.

Nascida em Havana em 21 de dezembro de 1920, filha de pais espanhóis, Alicia Ernestina da Caridade do Cobre Martínez del Hoyo começou a dançar aos nove anos, praticou nos Estados Unidos por algum tempo e teve uma longa e bem-sucedida carreira. Das dezenas de papéis que desempenho­u, o mais lembrado é o de Giselle, personagem camponesa ingênua, romântica e enganada que bordou nos mínimos detalhes interpreta­tivos.

Entre os inúmeros prêmios que Alicia recebeu ao longo de sua vida, estão a Ordem José Martí, a mais alta premiação concedida por Cuba; a Comenda da Ordem Isabel la Católica, concedida pela Espanha; o prêmio “Anna Pávlova”, da Universida­de de Dança de Paris; e o cargo de Embaixador­a da Boa Vontade da Unesco.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, lamentou, por meio do Twitter, a morte de um dos mitos artísticos da ilha. “Alicia Alonso se foi e nos deixa um vazio enorme, mas também um legado intranspon­ível. Ela colocou Cuba no altar do melhor da dança do mundo. Obrigado, Alicia, por seu trabalho imortal”, escreveu o presidente no Twitter.

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CHAD BATKA/THE NEW YORK TIMES Mito. Alicia Alonso teve longa e bem-sucedida carreira e colocou Cuba no cenário da dança

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