LUIZ CARLOS MERTEN
Crítico de cinema do Caderno 2
Hálito Azul.
“Rodrigo Areias, por meio de sua produtora Bando à Parte – em homenagem a JeanLuc Godard –, investiga uma comunidade de pescadores em Ribei- ra Quente, em Açores. Um mundo e um estilo de vida ameaçados pela proximidade de um vulcão. Beleza e poesia do mar.”
Deus É Mulher, Seu Nome é Petúnia.
“Em tempos de empoderamento, uma joia da Macedônia. A diretora Teona Strugar Mitevska conta a história de garota que vence inadvertidamente um ritual católico até então exclusivo para homens e compra briga com a Igreja, o Estado.”
Head Burst.
“Um ator como Max Riemelt jamais será indicado ao Oscar, ainda mais num filme como este. A mente atormentada de um pedófilo. Ele é excepcional. E o diretor Savas Ceviz não facilita, com seu desfecho que evoca a moralidade ambígua de Kubrick, de ‘Laranja Mecânica’.”
A Grande Muralha Verde.
“O DNA brasileiro na Mostra. Depois da abertura da Olimpíada, outro manifesto ecológico de Fer- nando Meirelles (mas ele só produz). Jared P. Scott dirige a atriz e cantora Inna Modja, de Mali, numa viagem por áreas recuperadas da África. Militância e música.”
A Vida Invisível.
“O candidato brasileiro no Oscar. Gala no Teatro Municipal para Karim Aïnouz. E os 90 anos de Fernanda Montenegro. O filme cresce enormemen- te quando ela aparece no final. E prepare-se: depois da Dora de ‘Central do Brasil’, Fernanda envolve-se com outras cartas.”