campo NOVOS ROBÔS NO
Nova safra de máquinas e sensores leva precisão e rapidez ao trabalho pesado no campo
Máquinas e sensores fazem o trabalho pesado e apresentam ganhos de precisão, rapidez e produtividade
Em um processo iniciado há cerca de 15 anos, hoje a agricultura de precisão, as colheitadeiras, tratores e máquinas que usam GPS (sistema de posição global, na tradução para o português), os dispositivos tecnológicos para o campo, a utilização de drones, sensores e satélites vêm promovendo uma verdadeira revolução na maneira de plantar, produzir, colher e gerir uma propriedade rural.
“Agora estamos no meio do processo de inserção do máximo de tecnologias possível, usando sensor em laboratório, sensor que vai na mão do agricultor no campo, sensor que vai no drone, sensor que vai no trator e mede a planta para dizer quanto joga de nitrogênio e interpretação de imagem de satélite”, diz José Alexandre Demattê, professor de Sensoriamento Remoto da Esalq, USP Piracicaba.
O Brasil segue o exemplo dos países desenvolvidos do hemisfério norte. Aqui, a disseminação desse arcabouço tecnológico foi impulsionada pelo êxodo rural e pela dificuldade, cada ano maior, de encontrar pessoas para fazer os trabalhos braçais, como colher, capinar, pulverizar etc. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre o Censo Agropecuário de 2006 e o de 2017, o setor agropecuário perdeu 1,5 milhão de trabalhadores. Esse quadro estimulou produtores e empresários rurais a buscar inovações para solucionar os gargalos do campo. E, ao mesmo tempo, reduzir custos e aumentar a produtividade.
Entre as novidades tecnológicas mais recentes, o Caderno Agro traz quatro exemplos de robôs que estão transformando as plantações de morango, maçã, alface e, no Brasil, o descarregamento de uva. Além disso, apresenta tecnologias que já ajudam os agricultores a produzir mais, melhor, otimizando os recursos e preservando o meio ambiente.
COLHEITA SEM CONTATO MANUAL
Para resolver gargalos como a escassez de mão de obra, a empresa belga Octinion lançou neste ano o Rubion, um robô colhedor de morangos. Resultado de cinco anos de pesquisa e desenvolvimento, a máquina percorre a plantação, detecta os frutos maduros e colhe sem machucar os morangos, o que aumenta a qualidade.
“Graças à robótica, temos muitas possibilidades, mais do que um humano poderia fazer. Podemos programar a colheita de acordo com as necessidades do mercado, escolhendo quando os frutos estão maduros, em vez de quando os trabalhadores estão disponíveis”, diz Tom Coen, CEO da Octinion. “O consumidor notará a diferença, pois os morangos serão mais frescos e terão menos machucados”, acrescenta.
O Rubion não é o único otimizador de colheita. Há alguns anos, a Austrália e a Nova Zelândia vêm testando robôs apanhadores de maçãs, que colhem o fruto por sucção. Até o momento, a inovação desenvolvida pela californiana Abundant Robotic teve bom desempenho em terrenos planos. Por enquanto, o robô não substituirá toda a força de trabalho humana, mas será um reforço na colheita.