Siglas derrubam pedido de urgência para pacote anticrime
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, sofreu ontem mais um revés no Congresso. A bancada da bala tentou, mas não conseguiu reunir apoio suficiente dos líderes partidários para garantir a votação de um requerimento que poderia garantir urgência na análise do pacote anticrime, que reúne medidas prioritárias da pasta da Justiça. Sem isso, o texto terá que ser votado em comissões antes de seguir para análise do plenário da Câmara, caminho que pode levar anos até ser concluído.
“Para minha surpresa e decepção, não temos partidos suficientes para apresentar o requerimento de urgência para o pacote do ministro Sérgio Moro. Não será votado neste ano ao que tudo indica”, afirmou Capitão Augusto (PL-SP), coordenador da bancada da bala e relator da proposta do grupo de trabalho que analisa as medidas.
Apenas cinco partidos – PSL, Novo, Podemos, Cidadania e Avante – sinalizaram que assinariam o pedido de urgência. Somados, eles têm apenas 170 votos, insuficientes para levar o requerimento à votação – o número mínimo é de 257.
No entanto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), anunciou que o Centrão vai apoiar o requerimento de urgência. Se a promessa for confirmada, será possível analisar o conjunto de medidas ainda neste ano. “Vou colocar o pedido de urgência (em votação) na terça e votamos na quarta (da semana que vem)”, afirmou.
Questionado pelo Estado sobre a possibilidade de o pacote não ir à votação neste ano, Moro minimizou. “Não tenho essa informação.” O ministro tem enfrentado dificuldades para aprovar suas propostas no Congresso. Muitos partidos foram alvo de decisões tomadas por Moro no âmbito da Lava Jato.