Sorteio do Pré-Olímpico deixa seleções brasileiras otimistas
Tanto o time masculino como o feminino têm boas chances de obter vaga nos Jogos de Tóquio
As seleções brasileiras masculina e feminina de basquete conheceram ontem seus adversários na busca por vagas nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Entre os homens, o Brasil conseguiu fugir da temida Sérvia, como queria seu treinador, mas terá pela frente a Croácia, terra de Aleksandar Petrovic – o outro adversário será a Tunísia. No feminino, a seleção de José Neto medirá forças com França, Porto Rico e Austrália.
Petrovic vibrou com o sorteio, mas não conseguiu deixar de lamentar o fato de ter de enfrentar seus compatriotas. “Desportivamente, para mim, é ok. Mas, pessoalmente, como croata...”, disse o treinador.
No Pré-Olímpico masculino, 24 equipes lutam por quatro vagas em Tóquio. Foram divididas em quatro minitorneios de seis seleções cada. Elas disputarão uma vaga dentro de cada um desses grupos – ou seja, apenas os campeões de minitorneios estarão na Olimpíada.
Na primeira fase do minitorneio, duas das três equipes da chave do Brasil avançarão para o quadrangular, se juntando a outras duas seleções do outro grupo (Alemanha, Rússia e México). O vencedor desse quadrangular ficará com a vaga correspondente à sede de Split, na Croácia. Alemanha e Rússia são os times mais fortes do minitorneio em que está a seleção brasileira. A disputa será entre 23 e 28 de junho do próximo ano.
Além de Split, as outras disputas de vagas serão realizadas em Belgrado (Sérvia), Victoria (Canadá) e Kaunas (Lituânia).
Dos adversários da equipe nacional, porém, o único que realmente mete medo é a Croácia, principalmente por jogar em casa. “Uma coisa boa é que eu a conheço profundamente, seus problemas e virtudes”, disse Petrovic. “Mas importante não é só ganhar da Croácia no começo. É importante ganhar da Tunísia, porque aí estaremos na semifinal. Depois, poderemos cruzar novamente com a Croácia (na final). Não preciso mostrar todas as cartas para a Croácia no primeiro jogo.”
Petrovic ressaltou que não é fácil chegar aos Jogos Olímpicos, mas admite que, pelo poderia acontecer no sorteio, o Brasil “teve um pouco de sorte”.
Aleksandar Petrovic fará a convocação para o Pré-Olímpico em maio e já antecipou que chamará apenas os 12 atletas que irão para a competição, além de deixar outros três em stand-by para se precaver de alguma eventual lesão.
Feminino. O torneio feminino será disputado de 6 a 9 de fevereiro nas seguintes sedes: Sérvia (Belgrado), França (Bourges), Bélgica (Ostend) e China (Foshan). A disputa vai distribuir dez vagas para os jogos olímpicos de Tóquio. Serão 16 seleções na briga no total.
O caminho até a Olimpíada é menos tortuoso que no masculino. A seleção brasileira foi escolhida para jogar em Bourges, na França, e terá pela frente, além dos donos da casa, Porto Rico e Austrália. As três melhores classificadas em cada chave vão aos Jogos de Tóquio. Estados Unidos e Japão jogarão o Pré-Olímpico, mas já estão garantidos.
O técnico José Neto demonstrou confiança na busca por uma vaga. Teoricamente, o Brasil precisará de apenas uma vitória diante das porto-riquenhas, tidas como adversárias mais fáceis – a seleção venceu a equipe duas vezes este ano.
Mesmo assim, Neto procurou demonstrar cautela. “Temos que jogar não um tudo ou nada contra Porto Rico, temos que jogar para ganhar cada partida”, afirmou, lembrando que, caso haja uma surpresa e a seleção porto-riquenha vença França ou Austrália, o grupo ficará indefinido. “Eu sempre vou preparar minha equipe para vencer, independentemente do adversário”, disse.
O treinador não conseguiu esconder a confiança de que o Brasil voltará à Olimpíada. “É uma possibilidade real. Muito difícil, mas vamos brigar.”
O treinador avisou que convocará mais atletas do que as 12 que irão para a competição, e que definirá o elenco às vésperas do torneio. Isso porque cada liga de basquete tem suas próprias regras para definir a liberação de jogadoras.