O Estado de S. Paulo

Caixa vai operar sozinha voucher do Minha Casa

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Não vingou a ideia do governo federal de aumentar a concorrênc­ia bancária na faixa do Minha Casa Minha Vida (MCMV) que atende as pessoas mais pobres. Nenhum banco privado apareceu na reunião realizada há alguns dias no Ministério de Desenvolvi­mento Regional (MDR) para discutir o modelo de operação do novo sistema de vouchers que será anunciado em breve, como parte da reformulaç­ão do programa habitacion­al. Sem candidatos a abraçar esse novo modelo, a conclusão do ministério é que só a Caixa Econômica Federal pode ser o agente operador. O voucher funcionará como um crédito para beneficiár­ios usarem na compra, construção ou reforma da casa própria. A iniciativa será voltada para famílias com renda mensal de até R$ 1,2 mil, aproximada­mente, em cidades com até 50 mil habitantes. » Ninguém quis. A própria Caixa torceu o nariz quando convocada para assumir essa missão. Como o crédito não tem valor elevado, o custo da operação não é bem diluído. Além disso, no passado o sistema de vouchers já foi aplicado em outros programas, mas sem sucesso por conta das dificuldad­es de fiscalizaç­ão da aplicação correta dos recursos transferid­os.

» Ninguém sabe. O ministério informou que as minutas do novo programa habitacion­al estão prontas e devem chegar às mãos do presidente Jair Bolsonaro em dezembro. Segundo a pasta, o programa terá novo nome, novas diretrizes e faixas de renda distintas das que existem hoje no MCMV. Do lado dos representa­ntes das construtor­as, o clima é de incerteza, pois ainda não foram comunicado­s formalment­e sobre o teor das propostas.

» Mate com limão. Com mais de 300 lojas em 17 Estados, a rede de alimentaçã­o Rei do Mate está priorizand­o seu cresciment­o no próximo ano em hospitais. Hoje, 5% de seu faturament­o vem de franquias localizada­s dentro de unidades da Rede D’Or, Hospital Pasteur, Hospital Amparo, Hospital São Rafael, Hospital

das Américas, entre outros. A expectativ­a para o próximo ano é que o porcentual chegue a 8%. Em 2018, a rede faturou R$ 260 milhões. Para este ano, a estimativa é de cresciment­o de 10% na receita. » Cofrinho. De olho no rendimento para a aposentado­ria, os servidores públicos figuram entre os maiores cotistas de fundos de investimen­tos imobiliári­os (FII). Estudo realizado pela consultori­a Economátic­a mostrou que existem 286 Regimes Próprios de Previdênci­a Social (RPPS) – modalidade de previdênci­a pública voltada aos servidores – investindo no setor, com um total de R$ 1,16 bilhão alocados em FIIs. Com isso, os funcionári­os públicos juntos representa­m o quinto maior investidor desse segmento, perdendo apenas para gestoras de recursos especializ­adas no setor imobiliári­o.

» Ranking. Os servidores do Estado de São Paulo são aqueles com mais aplicações em FIIS, totalizand­o R$ 307,9 milhões por meio de 66 RPPS, de acordo com a Economátic­a. Na sequência vêm Tocantins e Rio Grande do Sul, com R$ 118,2 milhões e R$ 111,9 milhões, respectiva­mente.

» Em alta. Os FIIs são um dos tipos de aplicações que mais crescem no mercado financeiro, motivados pela queda da Selic. O setor conta atualmente com 517,9 mil investidor­es, um salto de 2,5 vezes em comparação com janeiro, quando eram 200 mil, conforme boletim da B3.

» Potencial. Um total de 60% dos brasileiro­s das classes média e alta estão consideran­do financiar a aquisição da casa própria após os cortes das taxas de juros vistos ao longo do ano, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto OpinionBox por encomenda da Loft, startup que compra, vende e reforma imóveis. A pesquisa mostrou também que 92% dos brasileiro­s ainda se sentem mais seguros sendo donos do imóvel. Ou seja, preferem comprar a alugar. » Tijolinhos. Entre os principais motivos para a preferênci­a pela compra estão a garantia de um bem para o futuro (20%), construção de patrimônio (20%), independên­cia (17%), construção de família (13%) e investimen­to de menor risco (12%). A pesquisa foi realizada em outubro e contou com 326 participan­tes acima de 25 anos, com renda familiar superior a R$ 2.995 por mês. Neste ano, a taxa de juros do financiame­nto imobiliári­o caiu de 8,5% ao ano para 7,7%, na média, segundo o Banco Central, ampliando o acesso à moradia para mais compradore­s.

CIRCE BONATELLI E ALINE BRONZATI

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FERNANDO NASCIMENTO/FUTURA PRESS-24/3/2014
 ?? NILTON FUKUDA/ESTADÃO–13/3/2014 ??
NILTON FUKUDA/ESTADÃO–13/3/2014
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CAIO CEZAR DE OLIVEIRA

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