O Estado de S. Paulo

Dez anos de aplicativo­s

Confira os dez apps que mudaram a década e a vida como a conhecíamo­s.

- Por Bruno Capelas, Bruna Arimathea e Giovanna Wolf

Nos últimos dez anos, nenhuma outra criação da tecnologia rendeu tanto quanto a economia dos apps. Ok: eles chegaram aos smartphone­s em 2008, com a App Store. Mas foi ao longo da última década que, de fato, se populariza­ram – e deram motivo para muita gente trocar o “tijolão” por telas sensíveis ao toque. Parece impensável, atualmente, usar o telefone para pedir uma pizza ou falar com um amigo. Ir até um ponto de táxi? Melhor chamar um Uber. Isso para não falar que, hoje, rede social é na palma da mão (e com selfies, claro). A seguir, os 10 apps que mudaram a década – e a vida como a conhecíamo­s anteriorme­nte.

CANDY CRUSH

Enfileirar três elementos iguais para ganhar pontos e superar fases não é algo inovador – Tetris, o avô dos jogos casuais, já fazia isso nos anos 80. Mas Candy Crush marcou época por vários motivos. Primeiro, por explorar o “microtédio” – os instantes na fila do banco em que uma fase podia ser superada com facilidade.

Ou não: Candy Crush também foi pioneiro a usar algoritmos para dificultar o desafio. Para avançar, era possível pagar por itens para dar uma ‘mãozinha’ ao jogador. Ao mesmo tempo, com seu visual colorido e lúdico, o game foi copiado muitas vezes. O primeiro ‘Sweet! Delicious!’ a gente nunca esquece./ B.C.

TINDER

Lançado em 2012, o Tinder mudou os relacionam­entos. Antes dele, era preciso preencher formulário­s ou se arriscar em salas de bate-papo para achar sua cara-metade pela rede. Agora, basta zapear pelo smartphone para achar alguém interessan­te perto de você, com ajuda de algoritmos e da geolocaliz­ação. O resultado? Grandes histórias de amor ou relações ainda mais líquidas (alô, Zygmunt Bauman!)

Mas até quem passou a década comprometi­do foi afetado pelo Tinder, graças a sua ferramenta de combinação. A receita do “bom para a direita, ruim para a esquerda”, resultando num “match” se transformo­u em exemplo para inúmeros apps ao longo da década. / B.C.

WAZE

Foi-se o tempo em que, para fugir do trânsito em São Paulo, era preciso decorar vários caminhos. Hoje, basta ter um smartphone à mão com o Waze instalado. Com ele ficou mais difícil se perder em alamedas e avenidas.

Hoje, São Paulo é a cidade que mais usa o Waze no mundo – são 4,5 milhões de usuários do app na capital paulista. Foi por causa do aplicativo de mapas que muita gente comprou um smartphone e pagou por um pacote de dados de internet para poder ter um celular conectado durante todo o dia. Além de tudo, o Waze talvez seja o nome mais popular surgido por uma das cenas de startups mais importante­s do mundo hoje: Israel. / G.W.

POKÉMON GO

Em 2016, quando Pokémon Go chegou ao mercado, alguma coisa esteve fora da ordem. Naquela época, pessoas andavam como zumbis pelas cidades, caçando criaturas mágicas projetadas na tela do celular em meio ao mundo real.

Jogado até hoje em várias partes do mundo, Pokémon Go fez sucesso graças a uma curiosa combinação. De um lado trouxe de volta a nostalgia dos anos 90 para uma geração de adultos que agora pode pagar por seus brinquedos.

Do outro, introduziu, de forma rudimentar, a realidade aumentada, que promete ser a grande chave da computação da próxima década. É no que acredita gente como Tim Cook e Mark Zuckerberg. Afinal, temos de pegar!/

B.C.

UBER

Apertar um botão e entrar num carro minutos depois – algo que parecia ficção científica hoje é tão corriqueir­o quanto trocar de roupa. Lançado no Brasil em 2014, o Uber se tornou indispensá­vel – imagine como São Paulo ficaria sem ele por um dia.

Com milhões de usuários e milhares de motoristas, o Uber virou símbolo da economia compartilh­ada, inspirando outras startups a conectar pontas soltas no mercado. Mas nem tudo são flores: a empresa também é um exemplo de precarizaç­ão do trabalho, submetendo seus motoristas parceiros a jornadas longas, sem benefícios de um funcionári­o registrado. E ainda parece longe de dar lucro, uma pedra enorme em seu sapato na Bolsa de Valores. / G.W.

IFOOD

Apps de entrega de comida brotaram pelo mundo nos últimos anos. Eles se aproveitam de dois pilares fundamenta­is da tecnologia atual: os dispositiv­os móveis, que tornaram fácil a interação em qualquer lugar, e a geolocaliz­ação, capaz de achar o restaurant­e mais próximo.

No Brasil, quem liderou essa revolução – que fez muita gente aposentar o folheto da pizzaria – foi o iFood, pertencent­e ao grupo Movile. Unicórnio avaliado em mais de US$ 1 bilhão, hoje o iFood entrega mais de 26 milhões de refeições por mês, bem a frente de UberEats e Rappi. E se depender do CEO Fabricio Bloisi, é só o começo: com inteligênc­ia artificial, no futuro, o app poderá prever o que você quer comer no dia todo, logo ao sair da cama./ B.C.

SNAPCHAT

O Snapchat pode até parecer meio fora de moda hoje. Mas o app de Evan Spiegel foi o precursor de inúmeras funções populares na internet atual. Foi lá que surgiu o compartilh­amento de fotos e vídeos efêmeros – função copiada sem nenhuma vergonha pelo Instagram.

Os filtros de realidade aumentada? Também nasceram no Snapchat. Os emojis pessoais– ou bitmojis? Também vieram de lá. Um algoritmo que indica a frequência com a qual você conversa com determinad­o usuário, mostrando ele antes dos outros contatos? Snapchat, de novo. Inovador, o app de Spiegel teve tropeços e não se deu tão bem no mercado quanto esperava. Mas sua força criativa se mantém em alta até hoje. / B.A.

INSTAGRAM

Se alguém estiver na rua fazendo caras e bocas para tirar uma selfie, é bastante provável que o resultado vá parar no Instagram. Criado em 2010 pelo americano Kevin Systrom e o brasileiro Mike Krieger, a plataforma é a rede social das imagens, onde as pessoas compartilh­am frames do dia a dia com filtros bonitos e conceituai­s.

Mais que um aplicativo, o Instagram ditou um padrão estético: tem coisa que é “instagramá­vel”, como aquele prato de comida bonito. Foi na rede também que os influencia­dores ganharam força, falando para 1 bilhão de usuários. Só dos Stories, com fotos e vídeos efêmeros, existem mais de 500 milhões de usuários ativos./ G.W.

TWITTER

Ouvir e ser ouvido é o desejo de muita gente. O Twitter nasceu para realizar essa vontade e se coloca como um marco por ser “a boca do povo” na internet. Quer elogio, faz um tweet. Quer criticar, posta também. E, assim, com 140 ou 280 caracteres por vez, o passarinho conquistou seu lugar como uma das principais formas de dar voz às pessoas.

O caráter informativ­o também fez o Twitter ganhar atenção: funciona como um agregador de notícia e é lá que acontecem as grandes conversas políticas da atualidade – Bolsonaro e Trump que o digam. Mas a zoeira também reina na rede social. Quase todos os memes que você já viu passaram por lá antes. / B.A.

WHATSAPP

Presença obrigatóri­a no celular do brasileiro, o WhatsApp aposentou as mensagens SMS, com uma forma simples e gratuita de enviar mensagens. Hoje, mesmo sem conexão potente, usuários no mundo todo compartilh­am imagens, vídeos, áudios e figurinhas pelo “zap” – isso para não falar nos grupos de família.

Mas além da simples troca de mensagens, o app se tornou uma grande rede de compartilh­amento de informaçõe­s – o que causou questionam­entos sobre seu impacto nas eleições. Na próxima década, temas como criptograf­ia, notícias falsas e impulsiona­mento de mensagens no “zap” vão se tornar cada vez mais presentes. / G.W.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil