Elefanta Ramba morre 2 meses após mudança
Vítima de maus-tratos na Argentina e no Chile, mamífero foi trazido ao País em outubro; animal tinha problemas renais havia 7 anos
Dois meses depois de ser levada ao Santuário de Elefantes Brasil, na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, a elefanta Ramba morreu na quinta-feira, 26. Com idade estimada em ao menos 53 anos, ela pesava mais de três toneladas e sofria de problemas renais havia sete anos.
Em uma publicação nas redes sociais, o santuário comunicou a morte do mamífero e afirmou que Ramba “não tinha mais forças para lutar contra seus problemas renais”.
“Ainda que após a necropsia tenhamos mais detalhes, sua morte, apesar de dolorosa, não nos surpreendeu tanto. Quando Ramba foi diagnosticada com doença renal, ainda no Chile, há sete anos, tínhamos muita esperança que ela conseguisse viver por mais um ano, no mínimo”, afirmou o santuário. “Milagrosamente esse ano transformou-se em sete, dando-lhe forças que a ajudaram a chegar ao santuário.” De acordo com a organização, a morte da elefanta provavelmente foi repentina, “pois a grama ao seu redor estava intocada”.
De origem asiática, Ramba chegou ao País em outubro, após ter sido vítima de maustratos e ser explorada como atração circense na Argentina e no Chile. O transporte do animal para o Brasil envolveu uma megaoperação no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo. Em 59 anos de história, o terminal já havia recebido baleia, onça, canguru, avestruzes, boiadas inteiras, mas nunca um elefante. A operação de desembarque mobilizou cerca de 30 pessoas.
A elefanta foi trazida no interior de uma caixa de quase 6 toneladas, com água, alimentação, temperatura controlada e câmeras internas de monitoramento. A caixa foi retirada do avião pela porta lateral, desceu de guindaste-empilhadeira e seguiu para o setor de cargas.
Depois de desembarcar em Viracopos, ela seguiu em comboio rodoviário para o santuário mato-grossense, que dispõe de uma reserva de 1,1 mil hectares, o equivalente a 1,1 mil campos de futebol.
Na Chapada dos Guimarães, Ramba conviveu nos últimos dois meses com as elefantas Guida, Lady, Maia e Rana. O santuário levou os animais para se despedirem da companheira. “Já sabíamos que cada dia de Ramba, no santuário, seria uma dádiva, não apenas para ela, mas para todos que tiveram a oportunidade de conhecê-la. Todos foram, de alguma forma, tocados por ela”, publicou o Santuário de Elefantes Brasil.
A idade de Ramba é incerta, calcula-se que tenha entre 53 e 60 anos. Em liberdade, um elefante vive até 80 anos, mas o cativeiro pode reduzir essa expectativa.