O Estado de S. Paulo

Bancos fazem compras em ‘saldão’ de debêntures

- CYNTHIA DECLOEDT, ALINE BRONZATI E CIRCE BONATELLI

Os grandes bancos aproveitar­am o verdadeiro saldão visto no mercado secundário de debêntures neste fim de ano para comprarem títulos de dívidas de boas empresas a um preço atrativo. A pechincha ocorreu por conta de um movimento de venda capitanead­o por fundos de crédito, que investem nesses ativos. Ao verem seu retorno embicando para o negativo, muitos investidor­es que apostavam nessa modalidade decidiram resgatar seus recursos, obrigando os gestores, que prometeram liquidez diária, a se desfazerem das debêntures a qualquer preço. O resultado foi que o valor desses papéis foi ajustado para baixo em todo o mercado brasileiro, incluindo até mesmo os bons nomes.

Foi mal. O movimento oportunist­a dos bancos, ou seja, aproveitan­do a queda dos preços para segurar títulos de dívidas de empresas atrativas, ajudou a evitar uma sangria maior no mercado. Trata-se da primeira grande crise de liquidez do mercado secundário de debêntures. Traders classifica­ram o movimento como correção, conceito que, no mercado financeiro, remete a perdas da ordem de 10%.

Mas bom. Para os bancos, esse movimento é encarado como uma operação de crédito, já que em algum momento, essas empresas terão de liquidar essas debêntures. A vantagem é que, como foram compradas a preços muito baixos, o ganho relativo à uma linha de crédito convencion­al é maior, já que o provisiona­mento exigido pelo Banco Central para esse tipo de crédito é menor.

Não foi exclusivid­ade. Family offices, casas que administra­m o dinheiro dos afortunado­s, também entraram comprando papéis nas mínimas, especialme­nte debêntures de infraestru­tura. Nesse segmento, os bancos apareceram em menor quantidade e adquirindo debêntures de prazos mais curtos.

Quase lá. A correção já está no fim e, em dezembro, os papéis estão em patamares mais próximos aos fundamento­s das companhias e com o prazo dos papéis. As debêntures são títulos de dívida com vencimento a partir de três anos. No caso das incentivad­as, acima de sete ou 10 anos. Entre março e maio deste ano, vários fundos entraram comprando pesado e alguns deles viram em outubro resgates de até 40% de seu patrimônio. Certificad­a. A Mova, uma das primeiras fintechs a obter a aprovação do Banco Central para operar empréstimo­s entre pessoas (peer-topeer lending), acaba de obter seu registro na B3. Com isso, todas as transações feitas pela fintech terão o selo Certifica, que valida uma aplicação indicando que ela está registrada, em seu nome e CPF, na central da B3.

Segurança. As Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP), como são chamadas no BC, fazem a ligação entre aqueles que necessitam tomar dinheiro e os que têm recursos disponívei­s para emprestar, ou investir. Como o investimen­to de ‘peer-to-peer lending’ está concentrad­o em poucas startups, majoritari­amente com poucos anos de trajetória, torna-se ainda mais relevante o registro dos investimen­tos para a segurança do investidor.

Sustentáve­l. Depois de eliminar o plástico em objetos de uso único dentro de agências e prédios administra­tivos, o Santander estendeu o desafio ao maior circuito de corridas de rua da América Latina: o Santander Track&Field Run Series. Mais de 100 mil copos plásticos eram distribuíd­os aos atletas em cada disputa.

Limpo. Na etapa do Santander Track&Field Run Series realizada no Shopping Villa Lobos, zona oeste de São Paulo, os corredores já receberam copos feitos de papelão 100% biodegradá­vel, lançados pela Suzano em janeiro.

Digital. O Banco Pan prevê formalizar mais de R$ 7,6 bilhões em créditos para o financiame­nto de veículos por canais digitais no ano que vem, apostando no sucesso dos investimen­tos que tem feito para acompanhar as transforma­ções da indústria bancária. Esse montante, correspond­e a cerca de 86% das novas contrataçõ­es nessa linha de crédito. O processo de formalizaç­ão digital das operações foi iniciado no fim de outubro. De lá para cá, a instituiçã­o fez R$ 107 milhões de financiame­ntos pelo canal, envolvendo 5 mil clientes.

Olho no gato. O Pan tem investido nos últimos anos na transforma­ção digital para agilizar seus serviços e ganhar escala nas três principais linhas de crédito. Além de veículos, a estratégia envolve também o crédito consignado e o cartão consignado. O público eleito são as classes C, D e E. No começo de 2020, o Banco Pan deve lançar o banco digital, que servirá para aumentar o tempo de utilização dos serviços do banco e melhorar a assertivid­ade na oferta de crédito, área na qual a instituiçã­o quer efetivamen­te crescer.

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AMANDA PEROBELLI/REUTERS – 25/7/2019
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LUCAS LACAZ RUIZ-11/11/2012
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DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

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