O Estado de S. Paulo

Netflix examina vida e morte de estrela da NFL

- William J. Kole

Mais de dois anos depois que ele se matou em sua cela, a história do ex-jogador da NFL Aaron Hernandez ainda fascina e agora está voltando para a tela pequena. A Netflix está lançando Killer Inside: The Mind of Aaron Hernandez em 15 de janeiro. O documentár­io em três partes examina a meteórica, mas problemáti­ca – e violenta – ascensão e queda do jogador do New England Patriots.

Um teaser do filme do diretor Geno McDermott começa com um som arrepiante de uma chamada que Hernandez fez a sua noiva, Shayanna Jenkins. Hernandez pode ser ouvido dizendo: “Todo o meu corpo está tremendo agora”. Jenkins pergunta: “O que aconteceu?”. E Hernandez responde: “Você conhece meu temperamen­to”.

Em julho, foi concluída uma ação por morte movida pelas famílias de dois homens que Hernandez foi absolvido de ter matado. Os promotores alegaram que Hernandez atirou

em Daniel de Abreu e Safiro Furtado em 2012, após um confronto em uma boate. Hernandez se matou na prisão em 2017, enquanto cumpria uma sentença de prisão perpétua pelo assassinat­o em 2013 do jogador de futebol semiprofis­sional Odin Lloyd.

A morte de Hernandez ocorreu apenas alguns dias depois que ele foi absolvido da maioria das acusações no caso de duplo assassinat­o. Após sua morte, os médicos descobrira­m

que Hernandez, 27 anos, tinha encefalopa­tia traumática crônica avançada, uma doença cerebral degenerati­va ligada a concussões e outros traumas na cabeça na NFL.

As transcriçõ­es que o xerife do condado de Bristol divulgou no ano passado com mais de 900 conversas telefônica­s no presídio, que Hernandez teve com familiares e amigos mostraram que ele esperava ser libertado e retomar sua carreira no futebol logo após sua prisão pelo assassinat­o de Lloyd. Hernandez tinha um contrato de cinco anos e US$ 40 milhões com os Patriots no momento de sua prisão.

McDermott e o produtor Terry Leonard dizem que o último filme contará com algumas dessas ligações telefônica­s, além de filmagens em tribunais e entrevista­s com os mais próximos de Hernandez e Lloyd. O projeto, disseram eles em um comunicado, “examina a tempestade perfeita de fatores que levam ao julgamento, condenação e morte de um atleta que aparenteme­nte teve tudo”.

Os cineastas têm bastante material para contar a história do atleta bonito e educado de Bristol, Connecticu­t, que era um destaque do ensino médio e da Universida­de da Flórida antes de suas três temporadas na Nova Inglaterra. Um relatório policial da investigaç­ão sobre a morte de Hernandez informou que o jogador escreveu, com tinta na testa e sangue na parede, “João 3:16”, referência a um versículo da Bíblia que fala sobre o amor de Deus pelo mundo e o seu supremo sacrifício.

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ELISE AMENDOLA/NYT Aaron Hernandez. Série lembra crimes do ex-jogador

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