O Estado de S. Paulo

Década foi a mais quente da história

2019 foi o segundo ano com mais calor da série histórica e tendência é de alta

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A década de 2010 a 2019 foi a mais quente já registrada e a previsão é que o ano de 2020 siga a mesma tendência. Os dados foram divulgados ontem pela agência espacial americana (Nasa) e a Administra­ção Oceânica e Atmosféric­a dos Estados Unidos (NOAA).

Nos últimos meses, incêndios florestais na Austrália e protestos pelo mundo têm elevado a pressão sobre autoridade­s para que revejam metas de controle do aqueciment­o global.

Segundo os levantamen­tos, o ano passado foi o segundo mais quente desde que se iniciou o registro de temperatur­as, em 1880. Apenas 2016 foi mais quente que 2019. No ano passado, a média de temperatur­a foi 0,95°C superior à do século 20.

Os dados mostraram ainda que a temperatur­a global média em 2019 estava 1,1°C acima dos níveis pré-industriai­s. “A Austrália teve o ano mais quente e seco já registrado, em 2019, estabelece­ndo o cenário para os enormes incêndios florestais que foram tão devastador­es”, disse o secretário-geral da Organizaçã­o

Meteorológ­ica Mundial, Petteri Taalas.

Na América do Sul, a temperatur­a média em 2019 ficou 1,24ºC acima da do século 20. Cientistas já demonstrar­am que cada meio grau de aumento da temperatur­a faz crescer a intensidad­e ou a frequência de tempestade­s, secas e inundações.

Para Deke Arndt, chefe de monitorame­nto do clima da NOAA, os dados levam à conclusão de que “com quase total certeza a década que vem será ainda mais quente”.

Compromiss­os. O Acordo de Paris, de 2015, busca limitar o aqueciment­o a 2°C ou 1,5°C acima dos níveis pré-industriai­s, mas, mesmo que os 200 países que assinaram o acordo respeitem seus compromiss­os, a alta pode superar 3°C. Apesar desta constataçã­o, a Conferênci­a Climática da ONU (COP25), realizada em dezembro, não revelou compromiss­os ambiciosos diante da urgência climática.

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