O Estado de S. Paulo

Advogada diz que Aliança não rejeitará parlamenta­res

- BRASÍLIA / R.M.M., T.F. e M.V.

A advogada e tesoureira do Aliança pelo Brasil, Karina Kufa, afirmou que, apesar de não concordar com o uso do fundo eleitoral, a nova legenda não vai rejeitar parlamenta­res que já tenham utilizado os recursos em campanhas passadas.

“Não podemos rejeitar a entrada de parlamenta­res sérios que acabaram recebendo o fundo eleitoral em 2018, até mesmo porque foi o primeiro ano de existência desse fundo e não é criminoso, só não concordamo­s com o modelo. Hoje alinhados com o pensamento do presidente Jair Bolsonaro, nenhum deles usará o fundo eleitoral, já que é uma diretriz partidária. O objetivo do Aliança será acabar com a permissão legal de usar recursos públicos em campanha”, disse Karina, em nota.

A advogada, que também representa o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), argumentou ainda que, no caso do filho “03” do presidente, os R$ 7,9 mil que constam na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral como recursos do fundo eleitoral dizem respeito ao rateio da propaganda de rádio e

TV pago pelo PRTB, partido coligado ao PSL na eleição de 2018. “O que se verifica é apenas a indicação da fonte de pagamento pelo partido doador (PRTB) da despesa rateada. Portanto, o deputado reforça a sua posição de não recebiment­o de recursos do fundo eleitoral em sua campanha”, afirmou ela.

‘Doação’. O mesmo argumento foi utilizado pelo deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara. O parlamenta­r não reconhece o material de campanha pago com recursos públicos por outros candidatos, mas em seu favor, como uso do fundo eleitoral. “Não utilizei o fundo (eleitoral) do PSL. Recebi doação de campanha do Ronaldo Caiado (então candidato a governador em Goiás) e do Wilder Moraes (então candidato a senador) em santinhos e materiais impressos em valor estimado de aproximada­mente R$ 1 mil, que, na origem, veio dos seus respectivo­s partidos e contas eleitorais”, afirmou o deputado.

Daniel Silveira (PSL-RJ) também justificou os R$ 13,3 mil informados na sua prestação de contas como originário­s do fundo eleitoral como gastos de outros candidatos. “O material já veio confeccion­ado, sem consulta, no CNPJ que temos e distribuíd­o. O Aliança nasce para ser contra o fundão, que é previsto em lei e muitos utilizam tudo”, afirmou Silveira.

Procurados, os demais parlamenta­res citados não se manifestar­am até a conclusão desta edição.

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