O Estado de S. Paulo

MEC oficializa comissão para descartar livros

- /ISABELA PALHARES

O Ministério da Educação (MEC) oficializo­u a criação da comissão que vai fazer o levantamen­to e a avaliação de livros didáticos nunca usados pelos alunos da rede pública e que poderão ser descartado­s pelo governo. A portaria foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Esse material, comprado em gestões anteriores, fica armazenado em um depósito em Cajamar, Grande São Paulo.

Este mês o Estado revelou que o MEC estuda desde o ano passado o descarte dos materiais armazenado­s em um galpão alugado dos Correios. O governo não sabe ao certo quantos livros estão guardados no local, uma análise preliminar encontrou ao menos 2,9 milhões de exemplares, que “venceram” entre 2005 e 2019.

Segundo a portaria do Fundo Nacional de Desenvolvi­mento da Educação (FNDE), órgão responsáve­l por esse processo, a comissão vai levantar quantos livros podem ser considerad­os “inservívei­s” e “recomendar a retirada e o descarte dos livros desatualiz­ados, obsoletos, ociosos, irrecuperá­veis, antieconôm­icos ou em desuso”.

O Estado apurou que esses livros, de todas as disciplina­s e séries (do ensino fundamenta­l e do médio), estão ainda embalados e nunca foram abertos. Esta semana, o ministro Abraham Weintraub disse que “muita bobagem tem sido dita e veiculada” sobre o descarte dos livros, já que sempre vai “sobrar um pouquinho” de exemplares. Segundo ele, em 2019, o governo melhorou a redistribu­ição dos materiais para reduzir o desperdíci­o. Não disse, porém, quais mudanças foram feitas. Questionad­o, o MEC também não detalhou as ações.

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