O Estado de S. Paulo

País depende bem mais do agronegóci­o

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Os números da balança comercial relativos aos primeiros sete dias de janeiro reforçam a convicção de que o agronegóci­o terá um peso cada vez mais decisivo para o comércio exterior brasileiro. Nada menos do que a metade (US$ 455,6 milhões) da média diária de exportaçõe­s do período (US$ 907,2 milhões) foi provenient­e das exportaçõe­s de produtos básicos, com destaque para as carnes bovina, suína e de frango e algodão em bruto, além das commoditie­s minério de ferro e petróleo em bruto.

Dados de 2019 divulgados há pouco pelo Ministério da Agricultur­a, Pecuária e Abastecime­nto (Mapa) revelaram que as vendas externas do agronegóci­o somaram US$ 96,8 bilhões – o equivalent­e a 43,2% do total das exportaçõe­s brasileira­s no ano passado.

Ou seja, sem o agronegóci­o, o Brasil teria tido um ano ainda pior para o comércio exterior.

Em 2019, enquanto o valor das exportaçõe­s totais caiu 7,5% em relação a 2018, as vendas externas de produtos do agronegóci­o diminuíram 4,3%. Segundo nota da Secretaria de Comércio e Relações Internacio­nais do Mapa, “tal redução ocorreu em função da queda do índice de preço das exportaçõe­s do agronegóci­o brasileiro, que caiu 6,9% em 2019”. A queda, diz a nota, foi “compensada pela elevação de 2,7% no índice de quantum das exportaçõe­s” – isto é, das quantidade­s de produto exportadas.

O montante das vendas de soja, que é o item mais importante das exportaçõe­s do agronegóci­o, foi especialme­nte impactado pela queda das cotações. Mas uma recuperaçã­o dos preços do grão e do farelo negociados no mercado internacio­nal já parece estar em curso, segundo a publicação

Broadcast Agro Soja e Milho, do serviço noticioso Broadcast da Agência Estado.

A produção de milho do ano passado, de 100 milhões de toneladas, foi o grande destaque do agronegóci­o. Descontado

o consumo interno, restou um excedente exportável de cerca de 20 milhões de toneladas, com ganhos de 88,5% em volume e 87,4% em valor comparativ­amente a 2018. As vendas externas de carne atingiram US$ 16,5 bilhões, alta de 12,5% em relação a 2018. No setor de fibras e produtos têxteis, o destaque foram as vendas de algodão, com ganho de 56,5% em relação a 2018.

As dificuldad­es registrada­s no setor de manufatura­dos permitem prever que em 2020 o comércio exterior voltará a depender do agronegóci­o.

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