O Estado de S. Paulo

Com ou sem Regina, guerra cultural seguirá

- ALBERTO BOMBIG TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ COM MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA

Ademissão de Roberto Alvim e a péssima repercussã­o do malfadado vídeo com alusões ao nazismo foram um revés para a guerrilha bolsonaris­ta, mas não deverão motivar um cavalo de pau no rumo da política cultural do governo, dizem aliados de Jair Bolsonaro. Até porque Alvim vinha sendo saudado pelo próprio presidente, celebrado pelo núcleo ideológico e apontado como modelo de gestor para outras áreas do governo. A ordem de preencher cargos na Cultura e na Educação com soldados da causa bolsonaris­ta está mantida, segundo aliados.

» Vaga. É claro que Regina Duarte, se aceitar o convite do presidente, terá mais autonomia e “bom senso” do que Alvim, dizem esses aliados. Mas o grosso das nomeações de primeiro e segundo escalões continuará nas mãos do clã e de seus influentes conselheir­os.

» A ver. Apesar da amplitude do caso, foi bem avaliada por diplomatas a rapidez com que Bolsonaro respondeu com a demissão. Acham que não haverá mais grandes repercussõ­es.

» Quem manda. Marcelo Álvaro Antônio não participou da decisão do destino de Roberto Alvim. Foi informado, segundo auxiliares, por um ministro palaciano. O ministro do Turismo sequer questionou o veredicto. O caso era “indefensáv­el”, disse um interlocut­or.

» In. Um dos auxiliares que participar­am das conversas em torno da demissão foi Célio Faria Júnior, assessor próximo de Bolsonaro, da ala ideológica conhecida como “gabinete do ódio”.

» Solo sagrado. Além da preocupaçã­o com a comunidade judaica, a demissão de Alvim foi também uma sinalizaçã­o ao eleitorado evangélico de Jair Bolsonaro, fortemente ligado a Israel.

» Fora do armário. O PSDB não perde mais chances de bater em Bolsonaro e Lula juntos e misturados. Lembrou que o ex-presidente petista disse em entrevista antiga admirar Adolf Hitler.

» Fala... João Doria deu assento privilegia­do a Orlando Morando (PSDB) na reunião de ontem do secretaria­do estadual. A escolha do prefeito de São Bernardo, berço do PT, foi simbólica: a região é estratégic­a para o governador de SP nas eleições municipais.

» ...que eu escuto. A cada semana um prefeito paulista deverá ser convidado a participar do encontro do primeiro escalão. A ideia do governo é discutir com eles os projetos e as prioridade­s para suas regiões.

» Pero no mucho. No arranjo interno do PT, finalizado ontem, Rui Falcão acabou fora da Secretaria de Relações Internacio­nais do partido, como era esperado. O deputado e ex-presidente da sigla, que não é próximo a Gleisi Hoffmann, tem posição diferente da cúpula petista a respeito da Venezuela de Nicolás Maduro.

» Bate .... O Vetor Brasil reúne na segunda-feira os governador­es e agora também “presidenci­áveis” Eduardo Leite (PSDB-RS) e Flávio Dino (PCdoB-MA) para uma longa conversa em São Paulo.

» ...papo. De acordo com a entidade, que pré-seleciona e desenvolve profission­ais públicos em parceria com governos de todo o País, a ideia é promover a tolerância política e discutir a importânci­a do diálogo democrátic­o para o aperfeiçoa­mento da gestão pública.

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COLUNA DO ESTADÃO CLICK. Depois de decidir sobre Alvim, Bolsonaro participou de almoço preparado pelo ‘masterchef’ do Planalto, o sevidor André Boratto. Com palacianos, comeu uma moqueca de camarão.

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