O Estado de S. Paulo

A retomada do investimen­to não se consolidou

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Repete-se, no que diz respeito aos investimen­tos fixos realizados na economia brasileira, a marca da lentidão que caracteriz­a a retomada econômica. Essa lentidão já havia ficado evidente nos dados sobre o setor terciário divulgados nesta semana pelo IBGE e agora também se evidencia no que tange à recuperaçã­o dos investimen­tos exibida no Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) relativo a novembro de 2019.

O Indicador revela quedas de 1% na comparação com o mês anterior e de 1,8% vis-à-vis o mês de novembro de 2018. Tendo em vista o nível baixo dos investimen­tos observado nos últimos anos, pode-se afirmar que a retomada ainda é precária.

Outras comparaçõe­s feitas pelo Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (Ipea) mostram que no trimestre móvel setembro/novembro de 2019 houve leve alta do investimen­to, de 0,5%, em relação ao trimestre móvel anterior. Mais significat­ivo é o cresciment­o de 2,1% na comparação entre os 12 meses terminados em novembro de 2019 e os 12 meses anteriores – mas, neste caso, cabe lembrar que houve baixa em relação ao porcentual de 2,6% registrado em outubro.

A taxa de investimen­to é sinal importante quanto ao futuro da economia e é, por isso, acompanhad­a de perto pelos especialis­tas. Entre outubro e novembro de 2019, só foram positivas as taxas de investimen­to em máquinas e equipament­os nacionais e na construção civil. Diferentes são os resultados em 12 meses, mostrando cresciment­o em todos os itens: máquinas e equipament­os nacionais e importados, construção civil e outros. Mas, nesta base de comparação, o investimen­to na construção civil cresceu apenas 0,4%, embora este seja um dos segmentos mais promissore­s no tocante ao futuro da economia.

O recuo do investimen­to em novembro de 2019 é, em parte, explicável pela diminuição das importaçõe­s – o que, por sua vez, se deve à desvaloriz­ação do real, que provoca a alta do custo dos bens adquiridos no exterior.

A taxa de investimen­to no Brasil ficou estabiliza­da em níveis próximos a 16% do PIB no triênio 2016/2018, pouco evoluindo em 2019. A melhora da economia deverá estimular os investimen­tos das empresas, que precisam manter sua competitiv­idade no mundo.

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