Crise da água causa demissão no Rio
O diretor de saneamento da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio, Marcos Chimelli, foi afastado ontem do cargo. Desde o dia 6, a Cedae vem recebendo queixas de moradores do Rio sobre o gosto, o cheiro e o aspecto da água que sai das torneiras. A Polícia Civil e o Ministério Público estão investigando o problema.
O governador Wilson Witzel (PSC), que estava de férias na Disney (EUA), voltou anteontem ao Brasil, em meio à crise da água. Na terça, ele já havia publicado nas redes sociais que a situação era “inadmissível” e que a empresa deveria “acelerar a solução definitiva”. Ontem, Witzel se reuniu com o presidente da Cedae, Hélio Cabral, para tratar da questão.
Funcionários da Cedae estiveram na manhã de ontem na Delegacia de Defesa dos Serviços
Delegados para prestar esclarecimentos, entre eles o ex-chefe da Estação de Tratamento de Água do Guandu (onde houve falhas) Júlio César Antunes, que foi afastado do cargo na última terça-feira, e o atual responsável pela área, Pedro Ortolano.
Também na manhã de ontem, policiais voltaram ao Guandu para colher amostras de água. A polícia investiga se houve falhas na operação da companhia ou mesmo sabotagem que possam ter levado à contaminação da água pela geosmina – substância formada por algas na presença de matéria orgânica e calor que causa o gosto e o mau cheiro na água.
A Cedae garante que a única alteração encontrada na água foi a presença da geosmina e que ela não faz mal à saúde. No entanto, há diversos relatos de pessoas que teriam passado mal depois de ingerir a água. Especialistas afirmam que a geosmina não causa o aspecto turvo que muitos moradores vêm apontando na água e que a turbidez poderia ser causada por algum outro contaminante.