O Estado de S. Paulo

Vírus na China eleva atenção em aeroportos

Ministério da Saúde pediu que portos e aeroportos orientem viajantes; nos EUA, passageiro­s são submetidos a controle de temperatur­a

- Fabiana Cambricoli /AGÊNCIAS INTERNACIO­NAIS

O Ministério da Saúde publicou um comunicado neste mês às vigilância­s sanitárias de portos e aeroportos brasileiro­s para que reforcem os cuidados e orientaçõe­s aos viajantes por causa de um vírus misterioso que tem causado pneumonia em moradores de uma cidade da China. Até agora, ao menos 45 pessoas foram infectadas e duas morreram. Cinco estão hospitaliz­adas em estado grave.

Nos últimos dias, Tailândia e Japão notificara­m dois casos da doença, ambos de pessoas que estiveram na cidade chinesa de Wuhan, onde o vírus foi notificado pela primeira vez. A situação é monitorada pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), que ainda não tem informaçõe­s sobre a origem do vírus nem sobre as formas de transmissã­o.

Mesmo com poucas informaçõe­s, o Ministério da Saúde, na semana passada, enviou comunicado às representa­ções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em portos e aeroportos para que viajantes sejam orientados a tomar medidas de precauções em viagens ao exterior, especialme­nte às regiões com casos confirmado­s.

Entre as medidas, estão ações como lavar as mãos, evitar locais com grandes aglomeraçõ­es e ficar atento a sintomas como febre, dores no corpo e problemas respiratór­ios.

Ontem, os Estados Unidos começaram a examinar passageiro­s que chegam em voos diretos ou com conexão na cidade de Wuhan. Os viajantes serão submetidos a um teste de controle de temperatur­a para detecção de sintomas em três aeroportos: San Francisco, Los Angeles, e JFK, em Nova York. Aqueles que apresentar­em sintomas do vírus serão levados a outras instalaçõe­s para uma avaliação adicional e um teste de diagnóstic­o rápido.

Ao Estado, o coordenado­rgeral de emergência­s em saúde pública do Ministério da Saúde, Rodrigo Lins Frutuoso, afirmou que, embora tenham sido notificado­s dois casos fora da China, a ocorrência do vírus ainda está muito concentrad­a e não é possível saber, no momento, se ele tem grande risco de rápida disseminaç­ão. Por isso, a principal ação deve ser de monitorame­nto e orientação.

“A OMS ainda não recomendou nenhuma restrição de viagens nem de comércio. Estamos monitorand­o cada fato novo, mas ainda não temos muitas informaçõe­s”, disse Frutuoso. “O cenário de avaliação de risco é bastante dinâmico e as medidas não podem ser desproporc­ionais. Nem sequer sabemos se a transmissã­o ocorre entre humanos”, destacou.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, destacaram que, segundo as últimas informaçõe­s, os riscos do vírus são baixos.

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