Fundo de R$ 8 bi vai socorrer futebol
Crise. Valor sairá das reservas da Fifa para ajudar clubes e confederações a superar o período sem jogos por causa do novo coronavírus
A Fifa confirmou que estuda criar um mecanismo para ajudar o futebol durante a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A entidade apresentou um plano de colocar à disposição cerca de USS$ 1,5 bilhão (R$ 7,8 bilhões) das suas reservas para auxiliar a comunidade do futebol em todo o mundo a superar perdas causadas pela paralisação de campeonatos.
“O valor reflete as possibilidades de proporcionar uma ajuda à comunidade do futebol por todo o mundo”, afirmou a Fifa em comunicado enviado à agência de notícias AFP. A maioria das ligas nacionais está paralisada. Apenas continuam em disputa campeonatos de países pouco expressivos, como Nicarágua, Belarus e Burundi.
A criação deste mecanismo de auxílio já é uma resposta de um grupo de trabalho criado em 18 de março. Um dia depois do anúncio do adiamento da Eurocopa de 2020, a Fifa reuniu membros da entidade e de confederações nacionais para estudar o impacto da crise sobre o futebol. A preocupação recai principalmente sobre as quedas de receita com bilheteria, cotas de televisão e patrocínio.
Estudo divulgado recentemente pela consultoria KPMG avalia que o possível cancelamento do calendário do futebol europeu pode causar um impacto de R$ 20,9 bilhões nas cinco principais ligas europeias: Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França. O reflexo da crise será sentido também nas contratações de jogadores, já que os clubes terão menos recursos para adquirir reforços.
A Fifa também sinalizou a criação de um “potencial fundo de apoio”. Os detalhes sobre este projeto devem ser anunciados nos próximos dias. O formato da operação e os detalhes deste recurso financeiro estão em estudo por parte da própria Fifa, junto com confederações e os patrocinadores da entidade.
Na semana passada, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, avisou que o mundo do futebol deve se preparar para o pior dos impactos causados pela pandemia, mas que a entidade fará de tudo para ajudar. “Todos teremos de fazer sacrifícios. Saúde primeiro e depois tudo o mais. É esperar o melhor e se preparar para o pior. Sem pânico. As Federações e Ligas devem seguir as recomendações dos governos”, afirmou o dirigente.
Os principais clubes do mundo já têm se mobilizado para reduzir salários. O Barcelona acertou com os atletas um desconto de 70% nos vencimentos. Na Alemanha, os jogadores de Bayern de Munique e Borussia Dortmund aceitaram receber 20% menos durante o período. Já na França, Olympique de Marselha e Lyon acordaram com os respectivos planteis o desconto de 30% nos vencimentos. /
Gianni Infantino PRESIDENTE DA FIFA ‘Todos teremos de fazer sacrifícios. É esperar o melhor e se preparar para o pior. Sem pânico’