HISTÓRIA DO TRACKER É MARCADA POR IDAS E VINDAS
Em quase 19 anos de existência no Brasil, modelo teve as vendas interrompidas mais de uma vez, veio da Argentina e depois do México
A história do Tracker no Brasil é marcada por idas e vindas, lançamentos e interrupções. É possível que nem todo mundo se lembre, mas no passado o utilitário-esportivo da Chevrolet foi o que pode ser considerado um SUV “raiz”, com motor turbodiesel e tração nas quatro rodas. Mas, para conhecer a biografia do carro, é preciso voltar ao começo dos anos 2000.
Em 2001, portanto há 19 anos, a Chevrolet passou a vender no Brasil o Tracker de primeira geração. O modelo nada mais era que o Suzuki Grand Vitara, que naquela época já era comercializado no Brasil, com o emblema da marca da GM.
O carro era produzido na fábrica da GM em Rosário, na Argentina. Na época, a empresa norte-americana detinha 20% das ações da Suzuki, enquanto a japonesa era dona de 0,7% do capital de sua sócia.
Outra curiosidade é que o Tracker tinha motor 2.0 turbodiesel feito no Japão, mas pela Mazda. O quatro-cilindros gerava 87 cv de potência e funcionava em conjunto com um câmbio manual de cinco marchas. Segundo informações da Chevrolet, o modelo demorava longos 21,7 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h. Outra limitação era o porta-malas, com capacidade de apenas 275 litros. Para comparação, o bagageiro de um Volkswagen Up! tem 285 l.
Mas na terra o jipinho mostrava suas reais aptidões. Além da tração 4x4 com reduzida, os bons ângulos de entrada (34°) e saída (31°) garantiam boa capacidade para o off-road.
No novo Tracker, o ângulo de entra é de apenas 17° e o de saída, de 28°. Quanto maior o número, menor a possibilidade de a frente e a traseira do carro rasparem, seja em uma valeta, lombada ou mesmo em obstáculos no fora de estrada.
Em 2002, tanto Tracker como Grand Vitara tiveram o motor Mazda substituído por um novo turbodiesel de origem Peugeot, com 108 cv. Com o acréscimo de 21 cv, o desempenho melhorou bastante.
Graças à mudança, a aceleração de 0 a 100 km/h baixou para 13 segundos. E a velocidade máxima subiu de pouco mais de 140 km/h para 163 km/h. Os dados são da Chevrolet.
No fim de 2004, o baixo volume de vendas fez a marca interromper a importação do modelo. Dois anos depois, as vendas no Brasil foram retomadas.
Na virada de 2006 para 2007, a Chevrolet voltou a importar o Tracker 4x4 da Argentina. O modelo passou a vir com motor 2.0 a gasolina de 128 cv. O objetivo era enfrentar o Ford EcoSport 4WD e o Mitsubishi TR4.
Se por um lado a potência aumentou 20 cv em relação à do 2.0 turbodiesel, o torque baixou de 25,5 para 17,7 mkgf. Com isso, o SUV começava a perder suas qualidades de off-road em detrimento do melhor desempenho urbano e rodoviário.
A aceleração de 0 a 100 km/h era feita em 11,9 segundos e velocidade máxima subiu 5 km/h, para 168 km/h, de acordo com informações da fabricante. Esse Tracker permaneceu no mercado até 2009, quando deixou de ser importado.
Segunda geração. Em 2013, o modelo regressou mais uma vez ao mercado brasileiro, em sua segunda geração. O jipe deixou de vir da Argentina e passou a ser importado do México.
O então novo Tracker era equipado com motor 1.8 flexível de até 144 cv – o mesmo da linha Cruze (hatch e sedã) e câmbio automático de seis marchas. O visual do carro deu um belo salto evolutivo.
Mas o preço alto era um problema. Importado apenas nas versões mais caras (Freeride e depois LTZ), o Tracker não conseguiu brigar com o EcoSport, seu maior concorrente (confira no comparativo abaixo).
Em 2017, juntamente com uma reestilização de “meia vida”, o SUV ganhou motor 1.4 turbo flexível de até 153 cv e câmbio automático de seis marchas – o mesmo conjunto do Cruze.
Agora é a vez da terceira geração, cujo foco é completamente no uso urbano.