O QUE ELAS FAZIAM ANTES DE MONTAR CARROS
Marcas começaram história com utensílios domésticos, tratores e até armamento
Quem vê os carros da Peugeot nas ruas pode não imaginar o longo caminho que a empresa percorreu até que começasse a produzir os automóveis que conhecemos. A história da marca começou no século 19, quando a Peugeot passou a fabricar moedores de café, sal e pimenta, entre outros produtos de uso cotidiano. A linha de moedores foi iniciada em 1842.
A empresa também fazia anáguas para vestidos, estruturas para guarda-chuvas e até instrumentos de cutelaria. O primeiro veículo da Peugeot foi uma bicicleta, daquelas com a roda dianteira enorme e outra pequenininha na traseira. O modelo, batizado de “Le Grand Bi”, foi criado por Armand Peugeot em 1882.
Tanto as bicicletas, quanto os moedores prosperaram junto com a produção de automóveis. As “magrelas” deixaram de ser produzidas, mas os moedores continuam em linha até hoje. A gama, aliás, compreende modelos luxuosos, automatizados, para café, sal, pimenta e outros temperos.
Há também uma linha de facas de cozinha e para churrasco, bem como taças de vinho, sacarrolhas e até assadeiras com a chancela da marca francesa. Todos os produtos têm aspecto bastante luxuoso.
O início da produção de automóveis não foi nada simples. O primeiro carro com motor a combustão da Peugeot – fornecido pela Panhard-Daimler – é de 1890. Uma unidade chegou a ser trazida ao Brasil por Alberto Santos-Dumont. Mas a Société des Automobiles Peugeot, que deu origem à marca de automóveis, só seria fundada em 1896.
Já a Citroën, que posteriormente se uniria à Peugeot, formando a PSA, tem origem em veículos militares. André Citroën, fundador da marca, produzia armamentos para a França
durante a Primeira Guerra Mundial. Quando o conflito terminou, ele tinha uma fábrica inteiramente aparelhada, mas sem nada para produzir. Foi aí que veio a ideia de construir automóveis. A empreitada de Citroën começou em 1916.
Humilde. Na vizinha Itália, a fabricante de superesportivos Lamborghini tem origens bem mais humildes do que seus carros vendidos por milhões podem sugerir. Em 1948, Ferruccio Lamborghini fundou a Lamborghini Trattori.
A fábrica produzia tratores a partir de materiais de guerra descartados. Curiosamente, o primeiro modelo se chamava “Carioca” e utilizava um engenhoso sistema de injeção que permitia que a partida fosse feita com gasolina – depois da ignição o motor passava a funcionar com diesel. Posteriormente a marca de tratores se juntou à Società Accomandita Motori Endotermici (SAME) e existe até hoje, embora não tenha mais ligação nem com a família Lamborghini nem com a fabricante de automóveis, que surgiu em 1963 e pertence à Volkswagen.
No Japão, o surgimento da Mazda também é curioso. A empresa foi fundada em 1920 em Hiroshima com o nome de Toyo Cork Kogyo Ltd.
O foco eram produtos feitos de cortiça. Com o declínio da demanda pelo material na década seguinte, os dirigentes da companhia foram obrigados a procurar outro ramo de negócios após quase falir em 1927.
Quatro anos depois, a empresa apresentava o Mazda Go, um pequeno triciclo para uso comercial. O nome vem do deus persa da luz, Ahura Mazda, que também é o deus da sabedoria, inteligência e harmonia. Curiosamente, a Mazda produziu armas para o exército japonês como parte do esforço comum durante a Segunda Guerra.
PEUGEOT COMEÇOU A PRODUZIR MOEDORES NO SÉCULO 19