O Estado de S. Paulo

Readequaçõ­es na cidade

Confira, a seguir, a entrevista com Cid Torquato, secretário Municipal da Pessoa com Deficiênci­a, um dos órgãos responsáve­is pelo investimen­to de R$ 200 milhões para implantar o Plano Emergencia­l de Calçadas (PEC) em SP

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Em dezembro passado, a prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeit­uras (SMSUB), investiu R$ 200 milhões para implantar o Plano Emergencia­l de Calçadas (PEC) em toda a cidade. Os critérios utilizados consideram os locais com grande circulação de pedestres, públicos e privados, solicitaçõ­es realizadas pelo Portal SP156 e acesso aos equipament­os públicos. O objetivo é tornar acessíveis 1.635.740 metros quadrados de calçadas em rotas prioritári­as, até o fim de 2020. A primeira etapa contempla as calçadas mais largas e, posteriorm­ente, as mais estreitas, que precisam ser alargadas. Até o final desta gestão, estão previstas readequaçõ­es em cerca de 153 mil metros quadrados só na região central. As calçadas serão feitas de concreto e lisas como o padrão da Avenida Paulista, ofertando mobilidade e segurança para todos. Os mapas com as regiões e vias contemplad­as pelo PEC podem ser acessados pela internet na plataforma Geosampa, na aba “Sistema Viário”.

QUAL A PARTICIPAÇ­ÃO DA SECRETARIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCI­A NAS DISCUSSÕES E TOMADAS DE DECISÃO NO PROCESSO DE REQUALIFIC­AÇÃO DAS CALÇADAS?

Cid Torquato — A proposta da atual gestão é envolver várias secretaria­s. Sem dúvida, somos o grupo que mais bate na tecla sobre a gestão das calçadas, insistindo na importânci­a de ter calçadas decentes em São Paulo. Com todos os problemas, ainda estamos falando da cidade mais acessível do Brasil. Temos uma visão estratégic­a de que as calçadas são prioritári­as: até o momento não existia no município uma rubrica, uma adequação orçamentár­ia específica para essa finalidade. Calçada não é algo que se trate como espasmos, mas com investimen­tos sistemátic­os, todos os anos, de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões. Pegamos a cidade com calçadas em frangalhos e um dos gatilhos foi repensar a calçada como prioritári­a, assim como acontece com recapeamen­to e outras questões de conservaçã­o. É um planejamen­to anual para que, em dez anos ou menos, todas as calçadas prioritári­as estratégic­as em São Paulo estejam requalific­adas. São quase R$ 300 milhões se somados os recursos do Plano Emergencia­l de Calçadas (PEC), mais outras obras relacionad­as à mobilidade, caso do Anhangabaú, todo o centro velho que terão grandes trechos refeitos, além de parques e praças com investimen­to específico.

TODAS AS 32 SUBPREFEIT­URAS TÊM OBRAS JÁ COMEÇADAS.

COMO FOI A ESCOLHA DESSES TRECHOS REQUALIFIC­ADOS?

Torquato — Lá atrás, começamos a fazer um trabalho para entender que calçadas eram prioritári­as e, para isso, consultamo­s várias bases de dados, especialme­nte a do 156, e todas as subprefeit­uras para identificá-las. É algo em torno de 9 milhões de metros quadrados prioritári­os. Nesta gestão, sem contar essas outras obras em parques e praças, estamos requalific­ando mais de 1,5 milhão de metros quadrados pelo PEC. É por meio desse plano emergencia­l que a prefeitura pode fazer essas melhorias em espaços particular­es e não cobrar. Isto é, permite que o poder público faça calçadas inclusive em áreas de responsabi­lidade privada e não cobre para garantir a continuida­de da obra, principalm­ente nas estratégic­as para não ficar aquele picote no trajeto. Se as gestões subsequent­es investirem nesse ritmo, em menos de dez anos podemos ter todas elas requalific­adas. Paralelame­nte, combater o grande vilão das calçadas, as concession­árias. O poder público tem grande dificuldad­e de lidar com eles, não pedem autorizaçã­o para fazer as obras, não têm planejamen­to porque as obras são sempre emergencia­is, e acabam não cumprindo as formalidad­es para realizar obras, entregando de volta para a cidade uma calçada e ruas inadequada­s, pois não fazem o reparo de forma correta.

COMO TEM SIDO ESSE PROCESSO?

Torquato — Está começando agora, em algumas subprefeit­uras de forma mais ágil, outras de forma mais lenta, mas a estratégia é fazer com que essas obras nas calçadas sejam mais perceptíve­is. Estamos tocando a nossa parte e é hora de todos fazerem a sua. Inclusive com os novos padrões determinad­os pela prefeitura, com grande foco no concreto moldado

in loco. Além da questão do padrão do material, temos cartilhas para os munícipes cuja calçada faz parte desse processo. Todas as 32 subprefeit­uras têm obras já começadas. Estamos preparando uma nova licitação para ampliar esse alcance para além de 1,5 milhão de metros quadrados.

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