O Estado de S. Paulo

Áustria e Dinamarca são primeiros na UE a relaxar quarentena

Países decidem afrouxar restrições aos poucos, com aval para abertura de pequenas lojas, mas veto a eventos públicos

- BRUXELAS

A Áustria e a Dinamarca se tornaram ontem os primeiros países da União Europeia a anunciar planos de aliviar o confinamen­to. Os governos dos dois países concluíram que já passaram pelo pior na primeira onda da pandemia. Bélgica, França e Espanha também estudam afrouxar algumas restrições.

Os governos europeus, porém, são cautelosos, pois alguns países que tentaram retomar a rotina, como Cingapura e Japão, registrara­m novas ondas de infecções.

Austríacos e dinamarque­ses planejam suspender as restrições em etapas. Na Áustria, pequenas lojas estão programada­s para reabrir no dia 13 – as maiores só vão funcionar a partir de 1.º de maio. Restaurant­es, hotéis e escolas reabrirão em meados do mês que vem, mas a decisão ainda depende de uma avaliação que será feita no final de abril.

Regras rígidas sobre máscaras, distanciam­ento social e número de pessoas autorizada­s a entrar em uma loja a qualquer momento permanecer­ão em vigor. Já os eventos públicos poderão ser retomados só em julho.

O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, creditou a boa resposta do país à crise ao isolamento decretado em 16 de março, antes de alguns dos vizinhos. “Reagimos de forma mais rápida e restritiva do que em outros países e, portanto, fomos capazes de impedir que o pior acontecess­e até agora”, disse. “A reação restritiva agora também nos dá a oportunida­de de sair da crise mais rápido.”

A Áustria registrou três dias consecutiv­os em que o número de recuperaçõ­es excedeu o de novos casos. Ontem, as autoridade­s austríacas relataram 241 novas infecções e 465 recuperaçõ­es nas últimas 24 horas. A propagação mais lenta aliviou a pressão sobre o sistema hospitalar e permitiu ao país pensar no fim do confinamen­to.

Na Dinamarca, o plano é reabrir as escolas de ensino fundamenta­l e médio no dia 13, enquanto as empresas retomarão os negócios gradualmen­te. A primeira-ministra dinamarque­sa, Mette Frederikse­n, adotou cautela ao falar sobre o fim das restrições. “Se formos muito rápidos, as coisas podem dar errado. Portanto, devemos dar um passo de cada vez”, afirmou.

Os controles de fronteira continuarã­o valendo e as reuniões com mais de dez pessoas permanecer­ão proibidas. Se o número de infecções subir, o país restabelec­erá as restrições.

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LEONHARD FOEGER/REUTERS Isolamento. Casal diante de restaurant­e fechado em Viena

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