O Estado de S. Paulo

País já registrou três óbitos de adolescent­es

Jovem de 15 anos com problemas neurológic­os morreu na Grande Recife; Estado de São Paulo teve dois outros registros

- F.R. e FERNANDA BOLDRIN

Embora a taxa de letalidade pelo coronavíru­s seja maior entre os mais velhos, São Paulo e Pernambuco já registrara­m três mortes de adolescent­es. A Secretaria da Saúde de Pernambuco confirmou ontem a morte de um adolescent­e de 15 anos pelo novo coronavíru­s. O jovem é a vítima mais nova registrada em Pernambuco, que já relata 223 diagnóstic­os confirmado­s e 30 óbitos por covid-19. Na análise do governo, o Estado caminha para a fase de “aceleração descontrol­ada” da doença.

Segundo a pasta, o adolescent­e morava em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, e apresentav­a problemas neurológic­os. Ele havia dado entrada na Unidade de Pronto Atendiment­o (UPA) do município apresentan­do sintomas de febre, tosse e dispneia.

O Estado de São Paulo já tem duas mortes de adolescent­es pela covid-19. Os dados são do boletim sobre a situação epidemioló­gica, disponível no site da Secretaria Estadual da Saúde, e indicam que, do total de 304 mortes, duas foram de pessoas entre 10 e 19 anos de idade.

A primeira morte nesta faixaetári­a por covid-19 foi registrada no boletim do dia, e a segunda foi registrada em boletim do dia 4. Inicialmen­te, as duas mortes foram registrada­s como de adolescent­es com fatores de risco, mas a partir do dia 5 de abril o boletim começou a mostrar uma delas como não tendo nenhum fator de risco associado. Procurados, a secretaria paulista e o Ministério da Saúde não deram mais detalhes.

O diretor-presidente da Organizaçã­o Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesu­s, já havia advertido sobre o risco para jovens há duas semanas. “Vocês não são invencívei­s. Esse vírus pode colocar vocês no hospital por semanas ou até matar.”

Segundo o diretor clínico do grupo Fleury Celso Granato, que foi professor de Infectolog­ia da Unifesp, embora os jovens por vezes se julguem “invulneráv­eis”, também estão sujeitos a eventuais complicaçõ­es. “Todos os cuidados sobre os quais falamos desde o início do surto devem valer igualmente para pessoas mais jovens.” /

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