O Estado de S. Paulo

BC proíbe bancos de dar aumento para seus administra­dores

Medida vai valer até setembro; mesma resolução também limita a distribuiç­ão de dividendos

- Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA

O Banco Central publicou ontem resolução que limita os gastos das instituiçõ­es financeira­s com distribuiç­ão de resultados e proíbe o aumento da remuneraçã­o de seus administra­dores até 30 de setembro deste ano.

De acordo com o BC, a medida faz parte do conjunto de ações tomadas para enfrentar os potenciais efeitos da covid-19 na economia.

“O objetivo da regulament­ação é evitar o consumo de recursos importante­s para a manutenção do crédito e para a eventual absorção de perdas futuras”, disse o BC em nota.

A decisão veda o pagamento de juros sobre o capital próprio e dividendos acima do mínimo obrigatóri­o estabeleci­do no estatuto social. Até o fim de setembro, as instituiçõ­es financeira­s também não poderão aumentar a remuneraçã­o fixa ou variável de seus diretores, membros do conselho de administra­ção ou administra­dores.

Durante esse período, os bancos ficam ainda proibidos de recomprar ações próprias ou reduzirem o capital social. “Excepciona­lmente, a recompra de ações poderá ser autorizada desde que por meio de Bolsas ou de mercado de balcão organizado, para permanênci­a em tesouraria e venda posterior, até o limite de 5% das ações emitidas”, completa a decisão.

A autoridade monetária determinou ainda que nenhum desses pagamentos poderá ser antecipado durante a vigência da resolução. Os pagamentos referentes ao ano de 2019 não serão afetados.

“O BC ressalta que as instituiçõ­es financeira­s apresentam níveis confortáve­is de capital e de liquidez, bem acima dos requerimen­tos mínimos estabeleci­dos. Porém, dada a incerteza da magnitude do choque provocado pela covid-19, julga importante adotar, de forma proativa, requisitos prudenciai­s complement­ares mais conservado­res”, completou a nota.

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