Startups brasileiras fazem cortes por causa do coronavírus
Afetadas pela crise, empresas como Gympass, C6, MaxMilhas e RockContent fecham centenas de vagas
A pandemia do novo coronavírus está provocando uma onda de demissões em startups brasileiras. Empresas que tiveram suas atividades drasticamente reduzidas anunciaram redução na equipe, com cortes que chegam a 40% dos funcionários.
É o que aconteceu com a startup mineira MaxMilhas, que media a compra e venda de pontos e milhas em programas de fidelidade de empresas aéreas. Com o setor de aviação drasticamente afetado pelo coronavírus, a startup também passou a enfrentar problemas. Com cerca de 400 funcionários antes da crise, a startup cortou 42% de sua equipe, com 167 desligamentos.
Quem também demitiu foi o a Gympass, que conecta funcionários de empresas a uma rede de academias, por meio de um serviço de benefícios corporativos. Avaliada em mais de US$ 1 bilhão desde 2019, foi afetada pelo fechamento das academias em meio à quarentena, o que também levou a uma onda de cancelamentos de seus usuários. A empresa não divulgou o número de demissões – em redes sociais, circularam listas com o nome de pelo menos 50 pessoas demitidas.
Já o banco digital C6 Bank desligou cerca de 60 pessoas de seu time de 1 mil funcionários. Segundo comunicado da empresa, foram feitos “ajustes em áreas por conta da parada na economia”, em áreas como marketing e comercial. Disse também que segue contratando para divisões de tecnologia e operações – ontem teve a chegada de 11 novos funcionários.
A mineira RockContent, que tem produtos de conteúdo e marketing digital, disse ter sido afetada pela redução de negócios de pequenas empresas, um de seus principais setores. Em comunicado, o presidente executivo, Diego Gomes, afirmou que a startup cortou 20% do quadro, além de ter fechado escritórios baseados em prédios do WeWork em São Paulo, Cidade do México, Boston e Berlim.
Para Gustavo Gierun, cofundador da empresa de inovação Distrito, as empresas terão que se acostumar com uma nova realidade. “É uma crise que ainda não é possível identificar profundidade ou extensão. Nessas horas, os gestores têm que ser conservadores”, diz ele.
“É uma crise que ainda não é possível identificar profundidade ou extensão. Nessas horas, os gestores têm que ser conservadores.”
Gustavo Gierun
COFUNDADOR DA DISTRITO