O Estado de S. Paulo

E O OSCAR DE MELHOR FILME DE CARROS VAI PARA...

Do galã James Dean a Matt Damon: filmes que trazem histórias apaixonant­es de astros em disputas sobre rodas

- Luiz Carlos Merten

São conhecidas as histórias de astros que foram apaixonado­s por carros e até morreram precocemen­te (e tragicamen­te) ao volante. Uma das mais notórias é a do galã James Dean.

Ele adorava exibir seu Porsche nos intervalos da filmagem do clássico Giant/Assim Caminha a Humanidade, o que lhe valeu não poucas brigas com o diretor George Stevens. Dean ainda devia algumas imagens adicionais à produção quando morreu naquela estrada da Califórnia, em 1955, a caminho de uma corrida em Salinas. Tinha apenas 24 anos.

Paul Walker também era louco por carros, o que faz todo sentido, tendo sido astro – com Vin Diesel – da série Velozes e Furiosos. Ele chegou a participar de provas como a Redline Time Attack, mas a amarga ironia foi que morreu no banco do passageiro, também em um Porsche, também na Califórnia, em 2013. O ator tinha acabado de completar 40 anos.

Outras histórias tiveram finais mais felizes. Steve McQueen

catapultou sua carreira com o mito da velocidade – a moto de Fugindo do Inferno, de John Sturges, de 1963; o ultraleve de Crown, o Magnífico, de Norman Jewison, ao som de The Windmills of

Your Mind, do trio Michel Legrand/Allan e Marilyn Bergman, que venceu o Oscar de canção de 1968.

E, claro, a perseguiçã­o pelas ruas de São Francisco no impecável thriller Bullitt, de Peter Yates, de 1969. Dois anos depois, McQueen protagoniz­ou As 24 Horas de Le Mans, que era menos um drama, uma aventura, que uma reportagem esportiva do diretor Lee H. Katzin sobre a célebre corrida francesa.

McQueen participou de muitas disputas sobre rodas. Era o primeiro a debochar de si mesmo. Dizia que nada entendia de freios, nem de motores. Morreu no auge, aos 50 anos, em 1980, mas de câncer.

Paul Newman também participou de uma grande corrida na tela – a de Indianápol­is em 500 Milhas/Winning, de James Goldstone, e o filme era bem

O MELHOR DO GÊNERO É ‘GRAND PRIX’, COM YVES MONTAND E JAMES GARNER COMO PILOTOS

bom. Newman tomou gosto pela coisa, formou a própria equipe, a Newman-Hass-Lanigan Racing, e terminou fazendo história como o mais velho piloto a participar de verdade das 500 Milhas de Daytona, quando já completara 70 anos.

Sabe o astro de Grey’s Anatomy? Pois é. Patrick Dempsey participou das 24 Horas de Le Mans e continua correndo por aí. Gene Hackman, vencedor do Oscar por Operação França – e o filme de William Friedkin tinha uma corrida eletrizant­e nas ruas de Nova York –, participou da Daytona 500, em 1983.

Matt Damon e Christian Bale correram recentemen­te na ficção em Ford vs. Ferrari, bom filme do gênero, de James Mangold, sobre a rivalidade de italianos e norte-americanos pela supremacia em Le Mans.

Muito bom foi Rush – No Limite da Emoção, de Ron Howard, de 2013, com Chris Hemsworth e Daniel Bruhl. O filme é baseado no célebre antagonism­o dos pilotos de Fórmula 1 James Hunt e Niki Lauda nas pistas.

Mas o melhor filme do tipo talvez seja Grand Prix, de John Frankenhei­mer, de 1966, com um respeitáve­l time de pilotos fictícios – Yves Montand, James Garner, Brian Bedford, Toshiro Mifune, etc.

Garner também tomou gosto, fundou sua escuderia, a American Internatio­nal Racing, e participou de disputas importante­s, embora gostasse mesmo é das corridas off-road, como a Baja 1000, no México.

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