O Estado de S. Paulo

Viva os italianos, avanti!

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Umberto Eco (19322016) cantou para subir há quatro anos mas sua imagem continua vagando como ectoplasma digital por aí. Claro, sorte nossa. Esses italianos são incríveis. E suas obras lavam a alma do mais encardido dos humanos. Se a presença física nos falta o mundo digital nos liberta. Serve tanto para o autor de O Nome da Rosa como para outro romancista falecido de mão cheia, Antonio Tabucchi (1943-2012). Tinham em comum a cátedra mas de um jeito, digamos, meigo. Falavam como meros mortais, acessíveis a qualquer pessoa. A primeira conversa tem uma hora e meia de duração e Eco fala sobre seu romance, O Cemitério de Praga. Youtu.be/DuGpw0-B9-s

PRAGA E MAIS

Eco não fala somente sobre o livro, seu penúltimo, antes de Número Zero, também editado pela Record no Brasil. O mais importante nas suas conversas é a forma como liga os temas, muitos deles diferentes uns dos outros. Fala tudo o que lhe bate na cachola, mas de forma sistematiz­ada, ligando os pontos como um bom pensador que se preze deve fazer. A entrevista de Umberto Eco foi feita por Paul Holdengräb­er, do programa Intelligen­ce Squared, um dos mais bombados da rede.

SONHAR A LITERATURA

Um ano antes de ser abatido por um câncer o escritor italiano Antonio

Tabucchi conversou por uma hora e 20 minutos com a plateia sobre seu amor pela literatura, tema que levou a vários países europeus, Elogio à Literatura. Especialis­ta na obra de Fernando Pessoa, Tabucchi é autor de Afirma Pereira e Réquiem, livros que o tornaram conhecido no mundo e viraram filmes. Na conversa, que se deu no Teatro del Popolo, em Migliarino, passeia pelos sentimento­s com os quais constrói seus romances e seu olhar para o mundo. E, no meio de tudo isso, o tempero italiano que cria não somente obras exemplares como autores peculiares como personagen­s de seus próprios mundos. https://youtu.be/5HE4jTjXWx­s

Ok, ok, nem só de mortos vive a literatura italiana, muito pelo contrário. Vamos a um vivo, bem mais que vivo, o romancista Alessandro Baricco, autor de Seda, A Noiva Jovem e Três Vezes ao Amanhecer. A mais recente aparição do escritor se deu há quatro dias em um programa ao vivo do matutino italiano La Repubblica e provocou reações divididas. O tema? A epidemia de coronavíru­s nos tempos das conexões provocadas pela internet, sejam elas games, redes sociais, notícias. Vale ouvir Baricco sobre o assunto. A gravação está no ar e pode ser vista aqui: youtu.be/fn-gODwjq6M

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REPRODUÇÃO Eco. Brilho na web

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