Diretor de entidade diz que Brasil deve ampliar isolamento
Tedros Adhanom, da OMS, alertou que epidemia está se espalhando como um incêndio no País
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, disse ontem que a epidemia de coronavírus está se espalhando como um “incêndio florestal” no Brasil, assim como aconteceu na China e em alguns países da Europa e que para vencer o coronavírus é preciso tomar atitudes mais rápidas do que a propagação do vírus. Para isso, chegou a mencionar o lockdown (bloqueio total) como uma alternativa para conseguir controlar a doença.
“Precisamos do tão falado lockdown, ou distanciamento social, para nos preparar e avançar mais rápido do que o próprio vírus”, disse. “Se medidas de isolamento não forem levadas a sério, a velocidade de transmissão será rápida.”
Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, reforçou a necessidade de o Brasil tomar medidas mais rígidas. Ele falou que sabe do impacto econômico causado por um isolamento total, mas disse que talvez não haja outra alternativa para o País. O objetivo dessas medidas rígidas, explicou, é permitir que o país tenha a capacidade de testar e identificar casos positivos e seus contatos. Assim, a pandemia poderia ser controlada. “Em muitos países, estão isolando todo mundo para conseguir fazer isso.”
O presidente Jair Bolsonaro já se manifestou contra o isolamento total da população em diversas ocasiões e pediu o fim de medidas de quarentena e lockdown decretadas pelos governos locais. Nos últimos dias, algumas regiões têm relaxado as regras de isolamento (mais informações nesta pág.).
A OMS classificou na semana passada a América do Sul como novo epicentro da pandemia e alertou para a escalada no número de mortes no Brasil./M.H.