O Estado de S. Paulo

Bolsa dispara e atinge maior nível desde março; dólar cai a R$ 5,45

Mercado descarta que reunião ministeria­l tenha ampliado risco de impeachmen­t do presidente Bolsonaro

- Luís Eduardo Leal Altamiro Silva Junior

Em meio à aceleração do coronavíru­s no País, nem as restrições de viagem impostas ao Brasil pelo governo americano, ou os momentos pouco republican­os da reunião ministeria­l do dia 22 de abril, impediram o Ibovespa de iniciar a semana subindo, com giro financeiro relativame­nte sólido apesar do feriado nos EUA pelo Memorial Day.

Puxado pelo segmento de bancos, e com ganhos bem distribuíd­os a outros setores, como os de siderurgia, consumo, serviços e construção, o principal índice da B3 fechou ontem em alta de 4,25%, aos 85.663,48 pontos, atingindo assim o maior nível de encerramen­to desde 10 de março, aos 92.214,47 pontos. No mês, o Ibovespa avança 6,41%, cedendo agora 25,93% no ano.

“O que aconteceu hoje (ontem) ainda refletiu o que tivemos no fim da sexta-feira, quando, com o índice à vista já fechado, os futuros do Ibovespa saíram de uma queda de 1% para uma alta de quase 2%, enquanto o mercado ia tomando conhecimen­to do vídeo da reunião de 22 de abril”, diz Matheus Soares, analista da Rico Investimen­tos. Ele acrescenta que, apesar de toda o ruído em torno da reunião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi prestigiad­o pelo presidente Jair Bolsonaro. No momento em que fazia críticas a outros setores do governo, especialme­nte a áreas de inteligênc­ia, Bolsonaro se referiu a Guedes de forma bem positiva, ministério do governo sobre o qual tinha “zero” a reclamar.”

O dólar fechou com a menor cotação desde 30 de abril, cotado a R$ 5,4579, (queda de 2,18%). Em dia de fraco volume de negócios, a visão nas mesas de câmbio foi de que o vídeo da reunião ministeria­l, divulgado na sexta-feira, não eleva as chances de impeachmen­t do presidente, o que diminui, por ora, o risco político e fez a Bolsa disparar.

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