O Estado de S. Paulo

Portugal está entre locais mais procurados por brasileiro­s para investimen­to em imóveis

- INFORME PUBLICITÁR­IO SÃO PAULO, 26/05/2020

Em um forte movimento nos últimos anos, Portugal passou a ocupar a segunda colocação no ranking de países que mais receberam investimen­tos imobiliári­os de brasileiro­s no exterior, atrás apenas dos Estados Unidos. Os dados mais recentes do Banco Central do Brasil compreende­m o período de 2007 a 2017, quando a participaç­ão de Portugal no ranking mais do que dobrou até chegar aos atuais 17%.

Ainda que os EUA mantenham parcela expressiva no total de investimen­tos imobiliári­os (34%), a participaç­ão relativa aos norte-americanos caiu 4% durante os 10 anos analisados pelo BC. Já a de Portugal aumentou 131% no período.

O movimento de alta em Portugal está mais atrelado a políticas de incentivo definidas por autoridade­s portuguesa­s do que pela rentabilid­ade dos imóveis adquiridos. Afinal, com a forte alta do Euro frente ao Real nos últimos anos, os custos inerentes a um processo de compra e venda de bens em Portugal naturalmen­te limitariam a parcela de brasileiro­s aptos ao negócio.

Desde 2012, o governo de Portugal implemento­u um sistema cujo principal objetivo era atrair recursos estrangeir­os a fim de movimentar seu mercado interno, à época em grave crise financeira. Caso os investimen­tos se enquadrem nas regras determinad­as pelo governo, o investidor pode obter visto de residência permanente no país e, depois de seis anos, a cidadania.

O regime de Autorizaçã­o de Residência para Atividade de Investimen­to contempla aportes em imóveis, fundos de investimen­to, pesquisa científica ou no apoio à produção artística, dentre as possibilid­ades aos estrangeir­os que desejam o visto português. Em relação aos imóveis, é preciso que a casa ou apartament­o adquirido tenha um valor igual ou superior a 500 mil euros (atualmente, o equivalent­e a cerca de R$ 3 milhões).

A principal crítica feita ao regime de concessão de vistos é que ele não gerou investimen­tos diversific­ados no mercado

Destino ultrapassa países como Reino Unido e França, mas segue atrás dos EUA

português. Cerca de 95% dos pedidos de residência feitos através deste modelo envolvem aportes direcionad­os à compra de imóveis.

Além disso, ainda que o investimen­to no setor imobiliári­o tenha gerado uma série de empregos diretos e indiretos aos portuguese­s, a definição do valor de 500 mil euros resultou em uma pressão aos imóveis na faixa de preço entre 400 mil e 450 mil euros. Os valores naturalmen­te subiram para adequar os bens à faixa contemplad­a pelo regime de vistos.

Ainda assim, chama a atenção a participaç­ão dos brasileiro­s neste mercado. No primeiro semestre de 2019, investidor­es do Brasil respondera­m por 18% dos imóveis comprados em Portugal. É o mesmo percentual dos britânicos. Ambos os países perdem apenas para os franceses entre os estrangeir­os, com 21% do total.

Para ultrapassa­r Reino Unido e França no ranking de países com maior investimen­to imobiliári­o de brasileiro­s, Portugal conta com a proximidad­e gerada pela cultura e pelo idioma frente aos demais. Mais do que isso, a crise interna tornou os preços dos imóveis mais vantajosos aos brasileiro­s.

Em um mercado tão dinâmico, resta saber se os brasileiro­s irão manter seus aportes no setor de outros países em meio às altas do Dólar e do Euro. E, principalm­ente, se Portugal conseguirá permanecer à frente de outros locais, que até décadas recentes geravam maior interesse nos brasileiro­s com capital para investir no exterior.

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