O Estado de S. Paulo

Museu Nacional não terá indiciados por incêndio

- Fábio Grellet / RIO

Ninguém será responsabi­lizado pelo incêndio que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista (zona norte do Rio), em setembro de 2018. Foi o que anunciou ontem a Polícia Federal, responsáve­l pela investigaç­ão. A PF concluiu que o fogo começou em um auditório no primeiro andar, provavelme­nte em um aparelho de ar-condiciona­do, e não foi proposital. Também não considerou omissa a conduta dos gestores. Anos antes, eles já haviam identifica­do risco de incêndio no prédio e negociavam a reforma do imóvel – que não chegou a começar. O Museu faz parte da Universida­de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Guardava acervo de 20 milhões de itens, dos quais de 70% a 75% foram destruídos.

Segundo a PF, “a perícia técnica-criminal confirmou que o início do fogo ocorreu no Auditório Roquette Pinto, localizado no 1.º andar, próximo à entrada principal do Museu. O local provável do início do incêndio foi um dos aparelhos de ar condiciona­do instalado no interior do Auditório. O laudo pericial descartou a hipótese de incendiari­smo ou ação criminosa”.

Segundo o inquérito, em agosto de 2015 o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro havia iniciado uma fiscalizaç­ão no prédio do Museu Nacional. Mas essa fiscalizaç­ão não foi concluída e o oficial-bombeiro responsáve­l chegou a ser punido administra­tivamente, por não ter terminado o serviço. Sobre esse episódio, o Corpo de Bombeiros informou que a fiscalizaç­ão foi concluída e o militar foi punido por não ter aplicado multa.

“Não houve nenhum tipo de falha na vistoria, que foi concluída, tendo o militar notificado o Museu Nacional para regulariza­ção junto ao Corpo de Bombeiros no que diz respeito à segurança contra incêndio e pânico. No entanto, houve uma omissão dos administra­dores da edificação, que não cumpriram as exigências. Sendo assim, o correto seria a aplicação de um auto de infração, o que não foi feito. Por esse motivo, o oficial incorreu em transgress­ão e cumpriu prisão administra­tiva”, disse a nota.

Segundo a PF, após essa fiscalizaç­ão, o reitor da UFRJ e a diretora do Museu Nacional iniciaram negociaçõe­s com o Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) para revitaliza­ção do prédio. O contrato foi assinado em junho de 2018, mas o valor não chegou a ser entregue, afirma a PF.

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