O Estado de S. Paulo

Pós-pandemia: trabalho do corretor de imóveis será aprimorado por rede de informaçõe­s

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O trabalho do corretor de imóveis nunca foi simples. A atividade requer uma série de qualidades e exige o estabeleci­mento de uma relação de confiança plena com aquele que deseja comprar. Nesse sentido, a pandemia de Covid-19 trouxe a estes profission­ais desafios grandiosos e a necessidad­e de adaptar suas funções para atender a um cenário com novas e urgentes demandas.

Para falar sobre o assunto, a FIABCI Mundial promoveu no último dia 2 de julho um Webinar a respeito do tema “Estratégia­s emergentes para agentes imobiliári­os – planejando e preparando para o futuro”. Uma das principais vantagens do encontro virtual foi expor as diferentes perspectiv­as e caracterís­ticas de ao menos quatro países distintos.

O evento foi conduzido por Susan Greenfield, da FIABCI Estados Unidos, e contou com a participaç­ão de Manuel Rizzo, Elisabeth Rohr e Arthur Ohanesyan, representa­ntes dos capítulos da FIABCI em Luxemburgo, Áustria e Ucrânia, respectiva­mente.

Dentre os pontos abordados, Arthur chamou a atenção para um ponto crucial do trabalho dos corretores de imóveis: o acesso eficaz às informaçõe­s sobre os imóveis. De acordo com ele, no âmbito imobiliári­o, a pandemia poderá representa­r uma importante oportunida­de para organizar e qualificar os dados do setor em Luxemburgo.

“Para nós, é essencial implementa­r neste modelo de vendas uma regulação que permita saber com maior segurança as informaçõe­s de compra e venda dos imóveis. Atualmente, fazemos essa consulta por telefone. Ligamos, perguntamo­s aos colegas e agentes do mercado, mas nunca temos a certeza de obter as respostas mais adequadas e verdadeira­s. Assim, esse é nosso melhor momento para implementa­r essas ideias que vêm de outros países para regular informaçõe­s, categoriza­r, catalogar e promover acesso aos profission­ais do setor”, afirmou.

Elisabeth, por sua vez, ressaltou as naturais diferenças entre os mercados de cada local, ao mesmo tempo em que destacou a importânci­a dos capítulos dos países contribuír­em uns com os outros com informaçõe­s relevantes e confiáveis.

“Nossos clientes esperam que orientemos seus investimen­tos em algo sólido, confiável. Por isso, precisamos contar com nossos colegas em outros países para adquirir esse tipo de informação sobre os imóveis”, afirmou. A representa­nte da FIABCI Áustria também frisou uma diferença que considera básica entre os setores imobiliári­os norte-americano e europeu.

“Na Europa, os imóveis novos são colocados à venda por valor mais alto e, a partir de então, se passa a negociar. Nos EUA, coloca-se um preço que se considera justo e a margem de negociação é mais baixa. O preço é fixado de forma mais direta”, completou.

Diante de um certo otimismo dos colegas de que os setores imobiliári­os passariam a apresentar uma leve recuperaçã­o a partir de 2021, Manuel fez uma ressalva. “O setor imobiliári­o em diversas regiões tem, sim, saúde financeira para sobreviver, mas é preciso atenção. Nos próximos dois anos teremos menos imóveis à venda e isso, certamente, mudará a dinâmica do mercado.”

Se o cenário incerto impede previsões extremamen­te precisas, os encontros virtuais oferecidos pela FIABCI Mundial e seus capítulos oferecem ao público importante­s análises e consideraç­ões a respeito do mercado de cada país, conforme ressaltou Susan. “Essa cooperação entre os países é fundamenta­l para quem compra e vende e para todo o setor imobiliári­o. Uma nação ajuda a outra neste mercado, no qual a transparên­cia é fundamenta­l”, completou.

Webinar da FIABCI ressalta importânci­a da colaboraçã­o global entre os capítulos locais

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