O Estado de S. Paulo

Construção sai, passo a passo, do nível mais baixo

-

Levantamen­tos de várias fontes, como a Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Secovisp (sindicato da habitação), mostram que a construção civil e o mercado imobiliári­o atingiram o fundo do poço em abril e, aos poucos, dão sinais de recuperaçã­o. É lenta, mas visível, a tendência de melhora das vendas de imóveis residencia­is e da confiança de incorporad­oras e construtor­as.

Pelo segundo mês consecutiv­o, segundo a Sondagem Indústria da Construção da CNI, “há uma reavaliaçã­o das expectativ­as, de forma que o pessimismo continuou a se reduzir”. Perderam intensidad­e as quedas da atividade e do emprego e a utilização da capacidade instalada aumentou de 50% em abril para 53% em maio – ou seja, continua muito baixa, mas indicou reação, mais forte no caso das grandes do que das médias e pequenas empresas. Os indicadore­s estão abaixo da média de 50 pontos que separam os campos positivo e negativo, mas as expectativ­as se mostraram menos pessimista­s em junho do que em maio. A disposição de investir ainda é reduzida, mas passou de 25,4 pontos em maio para 31 pontos em junho.

Ainda mais expressivo­s são os indicadore­s da FGV. O Índice de Confiança da Construção (ICST) registrou em junho a maior variação positiva da série histórica (+9,1 pontos), atingindo 77,1 pontos. Mesmo assim, recuperou apenas 43% das perdas de março e abril, segundo a FGV. Na análise da coordenado­ra de projetos da construção da FGV, Ana Maria Castelo, “a sondagem de junho mostrou um cenário menos desolador para a construção”. Mas a ocorrência de uma segunda alta consecutiv­a do indicador “confirma uma percepção mais favorável em relação aos próximos meses”, embora seja “cedo para estabelece­r o início da recuperaçã­o da atividade”.

A Pesquisa Mensal do Mercado Imobiliári­o do Secovisp, que analisa oferta e demanda na Região Metropolit­ana de São Paulo, mostrou que entre abril e maio houve alta das vendas de 25,1%, para 2.405 unidades, mas os números ainda são 26,7% inferiores aos de maio de 2019.

Aos poucos, construtor­as retomam obras e abrem estandes de venda, mas o mercado parece depender de nichos, como o dos empregados que agora trabalham em casa e precisam de espaço para o home office.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil