O Estado de S. Paulo

Piloto morre em queda de avião em SP

Vindo de Ubatuba, no Litoral Norte, aparelho teve problemas na hora do pouso em Campo de Marte e pegou fogo ao chegar ao solo

- Ludimila Honorato Marco Antônio Carvalho

Um piloto morreu após a queda de um avião de pequeno porte no fim da tarde de ontem na Avenida Braz Leme, perto do Aeroporto Campo de Marte, zona norte paulistana. Paulo Magalhães Pereira, que voava sozinho, tinha 48 anos. Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu por volta de 18h10 na altura do número 1.315 da via e não hão houve mais vítimas.

A família de Pereira soube do acidente pela televisão, ao identifica­r o modelo da aeronave pilotada por ele. Segundo o pai da vítima, Luiz Antônio da Silva Pereira, ele tinha oito anos de experiênci­a em voos.

A Infraero, responsáve­l pela operação dos principais aeroportos comerciais do País, informou que a aeronave BE-58, prefixo PR-OFI, havia saído de Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, com destino ao Campo de Marte. Ao tentar fazer o pouso, o avião apresentou problemas e caiu na avenida. Com a ocorrência, o aeroporto ficou fechado entre 18h09 e 19h01.

O auxiliar de mecânico Felipe Novaes, de 18 anos, contou que passava pela Braz Leme quando viu uma aeronave em baixa altitude, como se preparasse para pousar. “Passamos e só depois ouvimos um estrondo muito forte. Voltamos e já deparamos com o avião no chão, em chamas. Uma imagem impression­ante porque instantes antes tínhamos visto o avião no ar”, relatou o jovem.

A aeronave caiu próximo ao canteiro central da avenida, que logo em seguida foi interditad­a nos dois sentidos para o tráfego. Por volta das 19 horas, os destroços estavam envoltos na espuma usada pelos bombeiros para debelar as chamas.

Nos finais de tarde, os canteiros da avenida costumam ser ocupados por moradores da região, que ali aparecem para realizar atividades físicas. À noite, muitos deles continuava­m nas proximidad­es acompanhan­do o trabalho dos bombeiros.

Susto.

Felipe Dizioli, de 33 anos, corria em um dos canteiros da avenida quando disse ter escutado o barulho do avião, ainda no ar. “Escutei o barulho e olhei pra cima, vi caindo. Tive pouco tempo para correr”, contou ele.

O aparelho atingiu o solo a menos de 50 metros de onde ele estava. “Assim que atingiu o solo, explodiu.” Proprietár­io de uma agência de marketing, Dizioli disse que ainda retornou ao local para tentar prestar socorro, mas as chamas eram intensas. “Não dava para chegar muito perto.”

O taxista Robson Ferreira de Carvalho, de 52 anos, lembrou que, naquele momento, ventava muito na região – ele chegou a ver aeronave antes da queda.

Uma equipe do Centro de Investigaç­ão e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), foi ao local ontem à noite para iniciar a investigaç­ão das causas do acidente.

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Rescaldo. Bombeiros apagam as chamas do avião, que não conseguiu arremeter para evitar a queda; acidente fez aeroporto fechar durante uma hora

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