Fórmula 1 ‘dobra’ calendário, mas não inclui o Brasil
Categoria anuncia nos próximos dias mais oito provas da temporada e deixa Interlagos fora por causa da covid-19
A Fórmula 1 pretende realizar mais oito provas além das já confirmadas neste ano, mas nenhuma delas será no Brasil. O Estadão apurou que em breve a categoria vai divulgar o calendário complementar da temporada 2020 e, por causa da pandemia da covid-19, nenhuma das etapas será nas Américas. O Mundial ficará concentrado na Europa, Ásia e Oriente Médio.
A categoria divulgou até agora oito provas, todas na Europa. A primeira delas foi na Áustria, no último domingo. A Fórmula 1 planeja fechar o ano com um total de 15 a 18 corridas, mas deve bater o martelo mesmo em 16. Os oito compromissos restantes devem até contemplar pistas novas. Além do Vietnã, que já estava originalmente no calendário para 2020, os circuitos de Mugello, na Itália, e do Algarve, em Portugal, estão entre os mais cotados.
A pista de Mugello, aliás, será a primeira a ser incluída no calendário. O circuito pertence à Ferrari, que já revelou estar com um acordo encaminhado com a categoria para a corrida, que seria realizada em setembro, logo depois do GP em Monza. “Estamos em contato com a Fórmula 1 para fazer essa corrida”, disse o chefe da Ferrari, Mattia Binotto, à emissora Sky Italia. “Está 98% certo que iremos para lá, mas não celebramos até haver uma assinatura.”
Ainda em setembro, a Fórmula 1 prevê nova prova na Europa. Caso a Rússia não apresente condições de sediar um GP, ele será no Algarve. O circuito português também será a alternativa para a categoria se o Vietnã não receber a corrida, prevista para outubro. Nesse mesmo mês, a categoria quer realizar duas etapas na China, talvez até com a presença de torcida.
Em novembro, mês em que geralmente é disputado o GP do Brasil, a temporada deve migrar para o Oriente Médio. O Bahrein tem tudo para receber duas provas seguidas. A tendência é, na segunda dessas etapas, até utilizar um traçado diferente do autódromo, para trazer um desafio maior aos pilotos. Em dezembro, o encerramento do Mundial continua em Abu Dabi, Emirados Árabes Unidos.
Na semana passada, o chefe da categoria, Chase Carey, já havia indicado o risco de a F-1 não correr nas Américas. “Quando você olha para Estados Unidos, México e Brasil, claramente agora eles parecem ter uma incidência maior de infecções (da covid-19) do que em outros lugares. Então, (estamos) tentando obter orientação desses lugares sobre o que é possível, o que podemos fazer”, comentou.
A organização do GP do Brasil, por sua vez, afirma que continua se preparando para realizar a prova em novembro. “Já foi encaminhada à FOM (Formula One Management) solicitação para mudança da data original do dia 15 para o dia 8 de novembro para não coincidir com as eleições”, informou em nota via assessoria de imprensa. Procurada pela reportagem, a Fórmula 1 não retornou o contato.
Chase Carey
CEO DA FÓRMULA 1
‘Quando você olha para EUA, México e Brasil, eles parecem ter incidência maior de infecções do que outros lugares’